O presidente do BCP disse hoje que o banco está a negociar com os sindicatos reduções salariais entre 5% a 10% para evitar uma maior saída de trabalhadores e mesmo o recurso ao despedimento colectivo.
Os sindicatos da banca e o BCP estão há algumas semanas a negociar uma redução dos salários até 2017, quando o banco deverá ter recomprado todo o capital que o Estado injectou no BCP, para que se evite a redução de mais de 1.200 trabalhadores acordada com a Comissão Europeia por o ano passado o Estado ter injectado 3.000 milhões de euros no banco para o recapitalizar.
Nuno amado não quis adiantar pormenores sobre a redução salarial proposta, mas avançou que “o número andará entre 5% e 10%” sublinhando que este corte será “temporário”, ou seja, durará “enquanto o banco tiver o apoio público”.
Já sobre quantos trabalhadores serão poupados da saída do banco, caso a redução salarial avance, o presidente do BCP voltou a refugiar-se no facto de as negociações ainda decorrerem, mas disse que “a diferença entre um cenário e outro são 400 a 500 postos de trabalho”.
Isto é, se houver acordo para se cortarem salários, entre 400 a 500 trabalhadores serão poupados do desemprego.
O presidente do banco disse ainda que espera que até final deste mês haja pelo menos “um princípio de acordo”.
“Não havendo acordo, há o acordo que temos com a Direcção-Geral da Concorrência, que implica um conjunto de rescisões unilaterais já que banco tem de cumprir com os compromissos subjacentes para bem do banco e da economia portuguesa”, afirmou Nuno Amado.
O BCP tinha 8.703 trabalhadores em Portugal no final de Setembro, cerca de menos 150 trabalhadores do que no fim do ano passado. Em 2012, o banco já tinha levado a cabo um amplo programa de corte de postos de trabalho, com mais de 900 trabalhadores a saírem do banco, a maior parte através de rescisões amigáveis.
Em Setembro, depois de acordar o plano de reestruturação com a Comissão Europeia, o BCP apresentou aos sindicatos as linhas mestras desse plano, caso da redução de custos com pessoal.
Então, o secretário-geral da Febase – Federação do Sector Financeiro explicou à Lusa que uma das exigências desse plano era a dispensa de pessoal.
“Fala-se em mais de 1.200 trabalhadores. Com o ajustamento salarial temporário o número de dispensados seria consideravelmente reduzido para 400”, afirmou então o dirigente sindical.
/Lusa