BCE anuncia novo aumento dos juros. Taxas atingem níveis históricos

4

Ronald Wittek / EPA

A presidente do BCE, Christine Lagarde.

O Banco Central Europeu (BCE) anunciou esta quinta-feira uma nova subida das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.

No comunicado divulgado após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores, o BCE informa que a taxa de facilidade de depósito subiu assim para 4%, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento em 4,50%, e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,75%.

“O aumento das taxas de juro hoje decidido reflete a avaliação do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, justifica o banco central.

Esta foi a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central, que aumentou as taxas de juro em 450 pontos base desde julho do ano passado, o ciclo de subida mais rápido da história da zona euro.

No entanto, o BCE sinaliza também, pela primeira vez, que não deverá voltar a subir as taxas e que o ciclo de aumentos está a chegar ao fim.

“Com base na sua atual avaliação, o Conselho do BCE considera que as taxas de juro diretoras atingiram os níveis que – se forem mantidos durante um período suficientemente longo – darão um contributo substancial para o retorno atempado da inflação ao objetivo”, refere o BCE.

Inflação revista em alta

O BCE reviu ainda em alta a taxa de inflação na zona euro para 5,6% este ano e 3,2% em 2024 e cortou as perspetivas de crescimento económico para 0,7% este ano e 1% em 2024, foi hoje divulgado.

No comunicado publicado após a reunião do Conselho de Governadores do Banco Central Europeu (BCE), a instituição aponta para uma inflação média de 5,6% em 2023, 3,2% em 2024 e 2,1% em 2025, o que representa uma revisão em alta para 2023 e 2024 e uma revisão em baixa relativamente a 2025.

Anteriormente, o BCE previa uma taxa de inflação de 5,4% este ano, 3% em 2024 e 2,2% em 2025.

O banco central explica que a revisão em alta em relação a 2023 e 2024 reflete sobretudo uma trajetória mais elevada para os preços dos produtos energéticos.

O BCE adianta ainda que as pressões subjacentes sobre os preços permanecem altas, embora a maioria dos indicadores tenha começado a abrandar, pelo que os especialistas do BCE reviram ligeiramente em baixa a projetada trajetória da inflação subjacente (a inflação que excluindo preços dos produtos energéticos e dos produtos alimentares) para uma média de 5,1% em 2023, 2,9% em 2024 e 2,2% em 2025.

Por outro lado, o BCE vê a zona euro a crescer menos este ano e nos próximos dois.

“Perante o crescente impacto na procura interna desta maior restritividade e o enfraquecimento do enquadramento do comércio internacional, os especialistas do BCE reduziram significativamente as suas projeções para o crescimento económico”, refere no comunicado.

Esperam agora que a economia registe uma expansão de 0,7% em 2023, 1% em 2024 e 1,5% em 2025, quando em junho previa um crescimento da zona euro de 0,9% em 2023, 1,5% em 2024 e 1,6% em 2025.

“Os anteriores aumentos das taxas de juro decididos pelo Conselho do BCE estão a ser transmitidos de forma vigorosa. As condições de financiamento tornaram-se mais restritivas e estão a refrear cada vez mais a procura, o que constitui um importante fator para fazer a inflação regressar ao objetivo”, explicam.

Lusa //

Siga o ZAP no Whatsapp

4 Comments

  1. O BCE tem de ser extinto! A existência de um organismo que torna miserável a vida das pessoas para enriquecer uma cambada de xulos não faz qualquer sentido!

  2. Este Rui deve muito à inteligência. O pior que pode haver é inflação. A inflação destroi por completo os rendimentos dos menos abastados. Os mais ricos, que têm ativos, veem o valor destes subirem. Nem tudo é mau na inflação para esta gente. Agora, para aqueles que têm menores rendimentos, que vivem do seu trabalho, a inflação é destruidora. E não há outra forma de combater, senão com o aumento das taxas de juro. Isto não é uma questão de opinião de café. É ciência económica. Estude e depois volte cá.

  3. O termo “ciência económica” já por si só é questionável, quando se trata de tanta opinião, subjectividade e especulação mas a piada são os “cientistas” como este arnaldo a brilharem em fóruns genéricos e populares. Tanto talento desperdiçado.

  4. “As pessoas que vivem do trabalho, destruídas pela inflação” estão com certeza melhor com a prestação da casa inflacionada. Genial esta tipa e os seus acólitos. Mata se o paciente e assim se resolve o problema das urgências.

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.