Alívio ao lítio e ao planeta: As tão esperadas baterias de iões de sódio estão a começar a ganhar forma. Mas, para já, ainda são “baterias Usain Bolt”.
A procura de alternativas às baterias de lítio tem-se intensificado, à medida que cresce a procura global de energia limpa.
O lítio, embora eficaz, tem limitações significativas, como a sua disponibilidade limitada e o impacto ambiental associado à sua extração.
Como escreve a New Scientist, estes dois pontos põem em risco as cadeias de abastecimento e despoletam tensões geopolíticas, dado que as reservas de lítio estão apenas concentradas nalgumas regiões.
Sendo um dos elementos mais abundantes na crosta terrestre, o sódio é visto como uma boa solução para ultrapassar os desafios impostos pela escassez de lítio.
Alívio ao lítio e ao planeta
O sódio inúmeras oferece vantagens, como a capacidade de funcionar a temperaturas mais frias e a possibilidade de ser transportado sem carga, reduzindo, por exemplo, o risco de incêndios.
Além disso, algumas inovações estão a tentar eliminar metais problemáticos, como o níquel, dos componentes das baterias.
Existe mesmo a perspetiva de utilizar materiais não metálicos abundantes, como a madeira e os pigmentos, em futuras composições de baterias, o que poderia atenuar ainda mais os impactos ambientais.
Os grandes fabricantes estão empenhados no desenvolvimento de capacidades de produção em massa, visando não só o mercado de armazenamento de energia, mas também veículos elétricos mais acessíveis para utilização urbana e bicicletas elétricas.
Alguma vez imaginou que pudesse andar numa bicicleta elétrica alimentada por uma bateria feita de sal e madeira?
Como salienta a New Scientist, com a continuação da investigação e do aperfeiçoamento tecnológico, estas baterias têm potencial para se tornarem parte integrante da matriz energética global, contribuindo significativamente para a sustentabilidade e a segurança energética no futuro.
Para já, são baterias “Usain Bolt”
Contudo, as baterias de iões de sódio, apesar de serem mais baratas e mais abundantes, enfrentam desafios de desempenho, particularmente na densidade energética, que afeta principalmente a sua aplicação em veículos elétricos devido à sua reduzida autonomia.
Rob Armstrong, da Universidade de St Andrews, no Reino Unido alerta à New Scientist que “o sódio não é um material fantasticamente maravilhoso”.
As baterias de iões de sódio continuam a não ter um desempenho tão bom como as baterias de lítio. Esta menor densidade energética é um problema para a utilização de baterias de iões de sódio em aplicações como os veículos elétricos, limitando o seu alcance prático.
Jack Pouchet da Natron Energy compara estas baterias ao velocista Usain Bolt: “Têm muita energia, mas apenas durante um curto período de tempo”.