Batata assassina? É tão picante que hospitaliza menores (e pode ter matado jovem de 14 anos)

Feita para um “prazer vingativo de intenso calor e dor”, só para adultos, a temível batata chega num caixão que propõe um desafio ultrapicante. Tudo aponta para que mate quem a prova.

É incrivelmente picante. Tão picante que um pacote tem apenas…uma temível batata, negra como se queimada, resultado da combinação da deposição do pó de duas das mais picantes malaguetas no mundo — a California Reaper e a Naga Viper.

O “Paqui One Chip Challenge” inundou as redes sociais e está a ter repercussões graves pelo mundo fora. O desafio é (ou parece) muito simples: com apenas 10 dólares (9,37€) pode-se comprar a batata XL — que alarmantemente vem numa caixa em forma de caixão —, abrir o pequeno pacote e comer a solitária batata banhada com o pó das duas malaguetas.

Depois é que a coisa se complica — o objetivo é ver quanto tempo se aguenta sem o auxílio tão necessário de leite, água, comida ou qualquer outro alimento.

O produto é da empresa Paqui e está a ser retirado do mercado após a morte, no passado dia 1 de setembro, em Massachussetts, de um jovem de 14 anos que realizou o desafio proposto. Na escola, Harris Wolobah sentiu uma dor de estômago e desmaiou quando chegou a casa. Acabou por perder a vida mais tarde, já no hospital, avançou a AP.

Os corajosos que já provaram a batata falam em diarreia e horríveis dores de estômago nos dias que seguem o desafio. Certamente, não é para qualquer um. São muitos os vídeos que retratam a prova da batata e em alguns são os próprios pais que incentivam os filhos a cumprir o desafio.

Embora não se possa confirmar a causa da morte de Wolobah sem a autópsia, tudo aponta para que a grande culpada seja a dita batata, com a empresa a retirar o produto das prateleiras e a hospitalização de dezenas de crianças logo após experimentarem o ardente produto.

A Paqui já admitiu em comunicado estar “profundamente triste com a morte”.

“Vimos um aumento nos adolescentes e outros indivíduos que não prestam atenção aos avisos”, lê-se. “Como resultado, apesar de o produto continuar a cumprir os padrões de segurança alimentar, estamos a trabalhar com os nossos retalhistas para retirar o produto das prateleiras por precaução”.

O mercado das pimentas “ultrapicantes” híbridas

A California Reaper ganhou popularidade nos últimos anos e também ela é resultado de um cruzamento de duas malaguetas recordistas no “mundo ardente”. Foi o horticulturista Steve Bender quem pegou naquela que é considerada a malagueta mais picante do mundo — “Carolina Reaper” — e a misturou com a também híbrida “Escorpião Fantasma Pêssego de Jay”.

Wikimedia Commons

Carolina Reaper, a pimenta mais picante do mundo

A Carolina Reaper foi desenvolvida nos EUA por Ed Currie, que cruzou uma malagueta do Paquistão com uma Habanero vermelha da ilha de São Vicente. Esta pimenta tem uma aparência distinta, com uma ponta afilada semelhante a uma cauda. A sua cor varia entre vermelho e laranja quando está madura.

Os níveis de picante das malaguetas são medidos em unidades de Scoville. A Carolina Reaper tem uma média impressionante acima de 1,5 milhões de outras unidades, com alguns frutos a exceder os 2,2 milhões. Para efeitos de comparação, a famosa Jalapeño tem entre 2.500 e 8.000 unidades.

Com este nível de perigo, recomenda-se usar luvas ao manusear o alimento e lavar bem as mãos após o contacto.

Tomás Guimarães, ZAP //

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