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Barril de petróleo Brent continua a afundar e pode fazer descer o preço dos combustíveis até 13 cêntimos

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O preço do barril de petróleo Brent, de referência na Europa, afundou-se esta segunda-feira para níveis abaixo dos 32 dólares, até 31,86 dólares, menos 5,64% que na sexta-feira e um mínimo desde março de 2004.

Antes das 06:00 TMG (a mesma em Lisboa), o Brent para entrega em maio cotava-se a 32,05 dólares, mas depois voltou a cair devido à contínua inquietação dos mercados resultante da propagação do Covid-19.

O petróleo do mar do Norte, de referência na Europa, tem sofrido fortes quedas nas últimas semanas devido ao receio dos investidores de um brusco recuo da procura resultante das restrições de movimentos, voos e atividades produtivas e empresariais como consequência da pandemia de Covid-19 e da guerra de preços lançada pela Arábia Saudita.

Na semana passada, os preços do ouro negro afundaram-se na sequência da decisão saudita, o maior produtor de petróleo do mundo, de baixar o preço das suas exportações, e da pandemia do Covid-19.

A queda do petróleo ocorreu depois de a aliança entre a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Rússia e outros nove produtores ter fracassado em 6 de março em Viena, pela primeira vez desde que se tinha constituído em 2016, ao não chegar a um acordo sobre um novo corte da oferta conjunta de petróleo.

Um dia antes, a Organização de Países Exportadores de Petróleo tinha acordado por unanimidade a iniciativa da Arábia Saudita de retirar do mercado 1,5 milhões de barris por dia para travar a queda da procura provocada pelo novo coronavírus.

Os analistas estimam que a guerra de preços possa levar ao afundamento do “ouro negro”, para cerca de 20 dólares por barril, a menos que os sauditas e os russos voltem a negociar. A OPEP estima que este ano o total da procura de petróleo não ultrapasse, como tinha calculado, a barreira psicológica dos 100 milhões de barris diários, mas que fique numa média de 99,73 milhões de barris.

Queda histórica nos combustíveis

À boleia da “guerra” entre a Arábia Saudita e da Rússia e da pandemia da Covid-19, a queda do preço do barril de petróleo Brent poderá fazer-se sentir na fatura dos combustíveis já nesta segunda-feira.

De acordo com o semanário Expresso, que ouviu fontes do sector petrolífero, pode mesmo estar em causa uma queda histórica. A gasolina poderá na próxima segunda-feira sofrer uma redução de até 12 ou 13 cêntimos por litro, enquanto o gasóleo deverá registar uma queda também significativa entre oito a nove cêntimos por litro.

As oscilações depende do comportamento das cotações mas, de acordo com o jornal, os valores não deverão variar muito daquilo que está a ser projetado.

A confirmar-se a forte queda, esta será, em ambos os combustíveis, uma das maiores descidas de sempre nos refinados em Portugal.

ZAP // Lusa

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8 Comments

  1. Alguém se lembra de quanto custava o litro de gasolina em 2004? Vamos ver se os preços aos consumidores vai descer para esses níveis também

    • Estava a 70 cêntimos e o preço do barril estava a 32 dólares. Hoje está a 28 dólares e o preço por exemplo na Repsol está a 1.27€, vejam bem a disparidade. Mais barato o barril e o custo nos postos abastecimento mais caro 57 cêntimos. INCRÍVEL, COMO É POSSÍVEL ISTO

  2. Não só o preço desce como o seu consumo. A queda nos impostos arrecadados vai ser desastrosa. O costa e o Centeno já devem estra a pensar onde irão buscar para compensar e sustentar tanto chulo.

  3. A ganância desmedida só baixa uns míseros 0,5 cts, como aconteceu aqui em Viseu nas bombas da Repsol, cambada de ladrões com benção governamental.

  4. Para alguns de nós, simples cidadãos de Portugal só nos preocupa ou agrada que a gasolina, o gasóleo e o GPL baixe nas bombas, em consequência do abrandamento do preço do barril de petróleo. Mas esta notícia tem consequências bastante negativas para os países cuja economia esteja dependente quase exclusivamente das venda do petróleo que têm (Equador, Colômbia, Argélia, Guiné Equatorial, Venezuela, Rússia e, em parte a Noruega). As populações desses países, que também são tão homens como nós, estão, ou se vão confrontar com enormes dificuldades financeiras.
    Embora não seja formado em Economia, pelo menos existem duas verdades que todos os governantes devem saber e depois implementar políticas para evitar um futuro problema económico dos seus cidadãos: 1ª) é de todo inconveniente que a economia de um país dependa quase exclusivamente da venda de um bem e, para contrariar isso é obrigatório implementar medidas para o desenvolvimento de diferentes áreas de produção (não investir quase exclusivamente, por exemplo, turismo, recurso natural, etc.)
    2ª) é de todo inconveniente que a economia de um país dependa quase exclusivamente de um fornecedor de bens (petróleo, produtos alimentares, etc.).
    E porquê? Se o país que nos compra grande parte do bem que produzimos entrar em crise, nós também entraremos pois já não conseguiremos vender esse(s) bens; se o país que nos abastece de um bem decidir aumentar o preço desse bem ou restringir a venda do mesmo, nós iremos sofrer porque o custo desse bem aumenta muito ou já temos pouca disponibilidade desse bem. HÁ QUE DIVERSIFICAR AS FONTES DE PRODUÇÃO e AS FONTES DE IMPORTAÇÃO. Angola andou muito tempo a viver “à luz do petróleo” e agora com a descida do preço no mercado internacional, vai sofrer muito; Portugal, até determinada altura esteve dependente da compra de petróleo de um nº restrito de países, quando o preço ou a quantidade desse bem diminuiu, nós levamos “por tabela”; felizmente, já dependemos não só desse recurso proveniente do Iraque, Irão, etc. e começamos a adquiri-lo a outros países (Argélia, Noruega, USA, etc.).

  5. Já há vários dias que o preço do petróleo desceu e pelos vistos continua a baixar no entanto nas bombas de gasolina o preço mantém-se, portanto não valerá a pena virem para aqui prever baixas pois pelos vistos o governo não está para isso, somos ricos, há que pagar e não bufar!

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