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Banho de ética de Rui Rio “foi uma banhada”

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João Relvas / Lusa

O presidente do Partido Social Democrata (PSD), Rui Rio

Rui Rio, presidente do PSD, está no olho do furacão, a sofrer dura contestação interna pela forma como foram feitas as listas de candidatos a deputados para as legislativas. E depois da promessa de um “banho de ética”, há quem dentro do próprio partido fale numa verdadeira “banhada”.

A ideia do “banho de ética” foi um dos chavões mais fortes da candidatura de Rui Rio à presidência do PSD. Mas esse “moralismo” político que é, habitualmente, associado ao ex-presidente da Câmara do Porto está a ser posto em causa pelo facto de as listas de candidatos a deputados do PSD, para as próximas eleições legislativas, incluírem vários nomes que são arguidos e estão a ser investigados pela justiça.

Rui Rio já veio dizer que não toma decisões com base em notícias de jornais e em condenações na praça pública, procurando desvalorizar a questão.

O presidente do PSD também anunciou que os candidatos a deputados vão assinar um compromisso formal para suspenderem funções, caso venham a ser condenados em primeira instância.

Mas isso não acalma os críticos de Rio. O presidente da Câmara de Santarém e líder da concelhia local do PSD, Ricardo Gonçalves, refere ao Público que o “‘banho de ética’ prometido foi unicamente ‘uma banhada’ para manter o seu grupo de apoiantes satisfeito”.

Rio está a “transformar PSD no partido do autocarro”

“Com estas decisões, o dr. Rui Rio está a trabalhar para transformar o PSD no partido do autocarro (50+1 deputados) e não num partido capaz de dar futuro a Portugal e aos portugueses”, diz ainda Ricardo Gonçalves.

Por outro lado, o secretário-geral do PSD, José Silvano, salienta no Expresso que a questão dos candidatos arguidos ou sob investigação “resolveu-se em Conselho Nacional de forma simples”.

José Silvano, o número 2 na lista de deputados de Lisboa, é um dos candidatos que está a ser investigado pela justiça, no âmbito do caso das presenças-fantasma no Parlamento.

A deputada Emília Cerqueira, a segunda da lista por Viana do Castelo, também está implicada no processo das presenças-fantasma e já foi constituída arguida por ter “picado” o ponto por José Silvano.

O conselheiro nacional Carlos Reis, ex-presidente da JSD de Braga e quarto da lista deste círculo eleitoral, está implicado na Operação Tutti-Frutti, mas não foi constituído arguido. Este caso investiga ligações suspeitas entre empresas e autarquias – várias empresas de Carlos Reis beneficiaram de ajustes directos com autarquias do PSD e do PS.

O vereador do PSD na Câmara de Oeiras, Ângelo Pereira, que é candidato na lista de Lisboa, no 14.º lugar, também está envolvido na Operação Tutti-Frutti e foi um dos políticos que viajou para a China a convite da empresa tecnológica Huawei, noutro processo sob investigação.

O deputado Rui Silva, 8.º lugar na lista de Braga, é arguido por suspeitas de corrupção passiva, abuso de poder e favorecimento pessoal no âmbito de um concurso público relacionado com a Escola Profissional Amar Terra Verde que foi ganho pela cooperativa Val d’Ensino.

Rodrigo Gonçalves, antigo líder da concelhia de Lisboa, não aceitou integrar a lista desta concelhia no 12.º lugar, mas foi escolhido apesar de já ter sido condenado “por agressão a soco e pontapé a um autarca idoso, seu companheiro de partido”, como afiança o Expresso. O seu nome também está envolvido na polémica com perfis falsos numa altura em que geria as redes sociais do PSD.

Luís Montenegro vai ganhando apoiantes

Dentro do PSD são cada vez mais as figuras que dão a cara pelas críticas a Rio, sobretudo a nível local, onde diversos autarcas se sentem alvo da “desconsideração” da direcção, garantindo que não vão fazer campanha pelo partido para as legislativas.

Um desses autarcas é o já referido Ricardo Gonçalves que se queixa de que “o dr. Rui Rio e a sua comissão política nacional criaram regras para a escolha de deputados que não cumpriram”. E esse é “um mau presságio para um candidato a primeiro-ministro”, diz no Público.

O presidente da Câmara de Espinho, Joaquim Pinto Moreira, é ainda mais inflamado nas críticas, falando em “sanha persecutória” e notando que “as listas de deputados são um processo autofágico em que as bases não foram ouvidas e aqueles que tiveram uma posição diferente da do líder foram expulsos“, conforme declarações ao mesmo jornal.

Joaquim Pinto Moreira trata também de manifestar o seu apoio a Luís Montenegro, considerando que tem “características pessoais e políticas” para suceder a Rio.

Luís Montenegro tem uma enorme competência para liderar o partido, será um elemento agregador das diversas sensibilidades e é quem está mais bem posicionado para gerar consensos e fazer pontes”, considera o autarca de Espinho.

Numa altura em que se avizinham eleições legislativas, no PSD já se olha mais para a frente, para as próximas eleições internas, com a contestação a Rio a subir de tom.

SV, ZAP //

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2 Comments

  1. Esqueceram-se depressa de toda as canalhices que este energúmeno fez no Porto. Vá para a Alemanha deixe crescer um bigodinho e forme um partido nacional socialista á sua imagem.

  2. Porque é os críticos de Rui Rio querem o PSD de direita, quando as suas raízes são de centro esquerda! Se querem servir o PSD de direita vão para o CDS/PP e deixem de vez o partido!

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