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Bandeira da Palestina no estádio do Braga faz estalar polémica (mas “isto” não é sobre bandeiras)

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SC Braga News / X

Adepta do SC Braga com a bandeira da Palestina, antes de ser retirada pela PSP

O Bloco de Esquerda (BE) questionou, este sábado, o Governo sobre bandeira da Palestina retirada pela Polícia de Segurança Pública (PSP) do estádio municipal de Braga, na quinta-feira, quando os minhotos defrontara uma equipa de Israel.

Esta quinta-feira, uma adepta do SC Braga exibiu uma bandeira da Palestina, no final do jogo entre a equipa minhota e os israelitas do Petach Tikva (2-0), em jogo a contar para as pré-eliminatórias da Liga Europa.

A bandeira foi depois tirada pela PSP, o que fez escalar a confusão entre os adeptos.

O BE questiona agora o Ministério da Administração Interna sobre a remoção pela PSP da bandeira palestiniana.

“De acordo com informações divulgadas pela comunicação social, uma adepta do Sporting de Braga levou uma bandeira da Palestina para o estádio, num gesto de solidariedade com o povo Palestiniano. No final do jogo, perante os protestos de outros adeptos, a Polícia de Segurança Pública removeu do estádio a bandeira da Palestina”, descrevem os bloquistas.

Numa pergunta dirigida à ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, e assinada pelo líder parlamentar do BE, Fabian Figueiredo, o BE questiona qual é a razão para a diferença de tratamento entre estes gestos e aqueles que são feitos em solidariedade para com a Ucrânia.

“Não há notícia de alguma bandeira da Ucrânia solidariamente exibida nestes contextos ter sido removida pelas forças e serviços de segurança”, salienta o partido.

“Clara” violação da liberdade de expressão

Para o BE, o episódio “afigura-se como uma clara violação da liberdade de expressão da adepta que a envergava” uma vez que “exibir a bandeira de um Estado, membro observador da Organização para as Nações Unidas, com missão diplomática em Portugal, em nada transgride as leis que regem os espetáculos desportivos”.

Não é tarefa das forças de segurança limitar a livre opinião das cidadãs e dos cidadãos, a qual está protegida pela Constituição da República”, acrescentam.

Neste contexto, o BE pretende saber se o ministério confirma a remoção da bandeira do estádio municipal de Braga, “de onde partiu a ordem para a sua remoção” e qual “a lei em que se baseou” tal ato pela PSP.

Mas “isto” não é sobre bandeiras

Esta sexta-feira, em entrevista à agência Lusa, uma das vozes da banda de hip hop palestiniana DAM, que atuou na quinta-feira, em Sines, no Festival Músicas do Mundo (FMM), realçou que a situação na Palestina não é sobre bandeiras nem países, é sobre direitos humanos.

“Nenhum de nós, na verdade, acredita em bandeiras ou países, não gostamos de recuar na história”, começou por dizer Maysa Daw, a única mulher daquela que é a primeira ‘crew’ (grupo de músicos de hip hop que criam juntos) da Palestina.

A artista reconheceu, porém, que, neste momento, “é muito importante erguer a bandeira, não pela política disso, mas porque as pessoas estão a ser censuradas, massacradas” e precisam de “representação”.

O Festival Músicas do Mundo é conhecido por aliar à música as causas políticas globais à altura de cada edição e, portanto, a Palestina não podia faltar este ano.

O público que se juntou no Castelo de Sines esta noite respondeu à altura, cobrindo-se com bandeiras de grandes dimensões e agitando outras, mais pequenas. E aderiu com convicção às batidas árabes que os DAM lhes foram ensinando – “Quem és tu? Eu sou dali” –, reagindo com entusiasmo aos muitos ‘zaghrouta’ (som tradicional feito com a boca e a língua) que Maysa partilhou.

As luzes alternaram entre o verde e o vermelho da bandeira da Palestina e mesmo o nome da banda – que fica no cenário enquanto dura a atuação – tinha dois traços pintados com essas mesmas cores.

“O público foi espetacular, muito acolhedor, a energia foi incrível”, elogiou Maysa.

“Vimos de um sítio muito complicado (…) onde não podemos erguer a nossa bandeira, somos palestinianos mas temos bilhetes de identidade israelitas, não podemos erguer bandeiras nem nada desse género”, recorda.

“Por isso, conseguir vir [tocar] e ver uma multidão como esta a segurar a nossa bandeira e apenas apoiar seres humanos que em grande parte não têm voz, é sempre muito poderoso, impressionante e gratificante”, agradeceu.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. A PSP tem por missão proteger a ordem pública . Um adepto que vai para um local onde vão estar cidadãos ou simpatizantes de Israel com a bandeira da Palestina parece querer provocar esses cidadãos de alguma forma. E isso como se viu poderia prejudicar a manutenção da ordem. Eu não me lembro de ter visto bandeiras ucranianas em estádios onde jogavam equipas russas pelo menos desde Março de 2022. Também não acredito se eu ou qualquer outra pessoa levasse uma bandeira de uma organização apelidada de extrema-direita para um evento do bloco de esquerda seria bem vindo .
    Aliás numa manifestação pela habitação que deveria ser apolitica e cívica houve pessoas de organizações apelidadas de extrema direita às quais não lhes foi permitido aí se manifestarem também . A liberdade de expressão parece ser um conceito de contornos algo elásticos que se aperta e alarga consoante as necessidades .

  2. Esta louquita quiz protagonismo e holofotes …………………….conseguiu ! ………… Merece umas Férias alargadas nas lindas praias Palestinianas !

  3. O pior é que estão a representar os terroristas que escondem/esconderem com tuneis que eles todos foram pagos, para atingir crianças e matar inocentes, um povo que coloca os filhos a ir buscar agua, comida e não se levantam só rezam em vingança, um povo que quis sempre guerra, um povo que diz que o têm orgulho dos filhos morrerem pelo ali babá, um povo que provoca os outros sempre com inveja, na vez de educar os filhos para um futuro melhor, não têm nada haver com os Ucranianos que limpam logo os estragos dos terroristas, que protegem os filhos não os incitavam para morrer como Mártires (há, há, há), um povo que quer paz, sinceramente tenho pena das crianças palestinianas, mas não dos pais.

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