O Executivo deverá anunciar nos próximos dias a solução encontrada para os créditos problemáticos de instituições como a CGD, BCP e Novo Banco.
Segundo o Público, o Governo já chegou a um consenso com a CGD, o BCP e o Novo Banco para resolver o problema do crédito malparado na banca. A solução encontrada vai envolver a Instituição Financeira de Desenvolvimento, mais conhecida por banco de fomento, que será uma das fontes financiadoras do mecanismo.
O jornal apurou que o Governo de António Costa, em articulação com o Banco de Portugal, deverá anunciar, nos próximos dias, que fechou as condições de financiamento e o modelo de gestão da entidade que será constituída para resolver o tema dos empréstimos em moratória, também conhecidos por non performing loans (NPL): cujo reembolso ou pagamento de juros decorre fora dos prazos, em dívida a mais de 90 dias.
O veículo terá a figura de um Agrupamento Complementar de Empresas (ACE), tendo em conta que será criado pela Caixa, BCP e Novo Banco, e ficará responsável pela recuperação dos ativos problemáticos e sua possível comercialização.
Em causa estão apenas os créditos problemáticos de empresas que se encontram numa situação financeira desequilibrada, isto é, com níveis de dívida insustentáveis, mas que se considera terem viabilidade económica. E, escreve o jornal, este é um grupo que inclui não só créditos em incumprimento comuns aos três bancos, mas os de outras empresas financeiramente degradadas e expostas a apenas um destes bancos.
Segundo o diário, dos cerca de 30 mil milhões de euros de crédito malparado contabilizado pelo setor bancário, apenas metade está devidamente provisionado. Existem 4,5 mil milhões no Novo Banco, quatro mil milhões na CGD, mais de três mil milhões no BCP e cerca de dois mil milhões no Montepio que precisam de “limpeza”.
Tal como já tinha referido o jornal ECO, apesar de a nova sociedade ter na origem a CGD, o BCP e o Novo Banco, é de adesão voluntária, ou seja, os restantes bancos podem sempre envolver-se.