Banca europeia afunda depois da fusão da UBS e Credit Suisse

Compra do Credit Suisse pelo UBS foi feita com garantias do Governo suíço, com o argumento de que a falência da primeira instituição poderia levar a uma crise financeira global. 

As principais bolsas europeias abriram hoje em baixa, após a aquisição do Credit Suisse pelo UBS, que não apaga os receios sobre o setor bancário. As bolsas de Londres, Paris e Frankfurt desciam 1,60%, 0,94% e 1,81%, bem como as de Madrid e Milão, que se desvalorizavam 2,27% e 2,48%, respetivamente.

Depois de abrir a descer, a Bolsa de Lisboa mantinha a tendência e às 08:40 o principal índice, o PSI, baixava 1,50% para 5.638,18 pontos.

As ações do banco UBS caíram 8,77% na abertura da Bolsa de Valores de Zurique depois de um negócio de compra do Credit Suisse, o seu rival tradicional que estava em risco de falência devido a uma crise de confiança irremediável.

No entanto, a queda no que respeita à banca não se cinge à Suíça. Por volta das 09h00 desta segunda-feira, o holandês ING Group caía 6,32%, seguido do BNP Paribas (5,15%), Intesa Sanpaolo (4,6%), Axa (4,38%), Santander (3,97%) e BBVA (3,61%). Em Lisboa, o BCP perdia 3,54%.

O Governo suíço ofereceu garantias substanciais para que o negócio prosseguisse — utilizando certos instrumentos de emergência — com o argumento de que o colapso do Credit Suisse poderia gerar uma crise financeira não só a nível interno mas global.

O UBS concordou em comprar o Credit Suisse por 3.000 milhões de euros, um preço que pagará apenas em ações e que avalia as ações da entidade absorvida em 40% do seu valor no fecho do último dia de negociação.

Hoje, um dia de queda generalizada na Europa, o mercado analisará a compra do Credit Suisse pelo UBS e a ação coordenada dos principais bancos centrais para fornecer liquidez ao sistema.

O dia começou com o Brent, o petróleo bruto de referência na Europa, a cair acentuadamente, 2,69%, para 71,06 dólares, enquanto os futuros nos principais indicadores de Wall Street antecipam perdas de mais de 1% hoje, numa altura em que se aguarda a reunião da Reserva Federal (Fed) na próxima quarta-feira.

Na sexta-feira, a Bolsa de Nova Iorque terminou em baixa, com o Dow Jones a descer 1,19% para 31.861,98 pontos, contra o máximo desde que foi criado em 1896, de 36.799,65 pontos, registado em 04 de janeiro de 2022. O Nasdaq fechou a desvalorizar-se 0,74% para 11.630,51 pontos, contra o atual máximo, de 16.057,44 pontos, verificado em 16 de novembro de 2021.

A nível cambial, o euro abriu em baixa no mercado de câmbios de Frankfurt, a cotar-se a 1,0638 dólares, contra 1,0670 dólares na sexta-feira e 1,0909 dólares em 02 de fevereiro, um máximo desde abril de 2022.

O euro está a cotar-se acima da paridade face ao dólar desde 07 de novembro, depois de ter estado abaixo da paridade desde 20 de setembro, com exceção para o dia 26 de outubro (1,0076 dólares).

// Lusa

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