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“Esta banca badalhoca… Já nos esquecemos de Sócrates?”

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António Cotrim / Lusa

Augusto Santos Silva, presidente da Assembleia da República

Reacções a declarações pouco consensuais de Augusto Santos Silva sobre o comportamento dos bancos.

Augusto Santos Silva criticou, talvez de forma surpreendente, o conservadorismo dos bancos.

Num discurso apresentado na semana passada, nas Jornadas Parlamentares do Partido Socialista, o presidente da Assembleia da República deixou um recado à banca.

“É preciso continuar a fazer um certo combate ao conservadorismo na gestão do sistema bancário“.

E sugeriu maiores taxas de depósito: “Os bancos são empresas como as outras, devem arriscar como as outras e não devem ficar na zona de conforto daqueles que preferem o crétido imobiliário e que remuneram os depósitos dos seus depositantes ao menor custo possível”.

João Miguel Tavares ficou pasmado com estas sugestões: “Esta banca badalhoca parece que é a favorita do presidente da Assembleia da República”.

O comentador político explicou na SIC Notícias o seu conceito de “banca badalhoca”: é a banca que arrisca, é o contrário de banca conservadora.

João recordou que, ao longo dos últimos anos, o currículo da banca ficou marcado por quedas do BPN, do BPP e do BES.

Santos Silva acha que é preciso combater o conservadorismo: “Tendo em conta o nosso historial recente, é mesmo a primeira coisa que nos vem logo à cabeça… Realmente, vamos lá combater o conservadorismo da banca”, ironizou João Miguel Tavares.

“Santos Silva disse que os bancos são empresas como as outras… Não, não são empresas como as outras! Disse que os bancos devem arriscar como as outras empresas… Não, não devem arriscar como as outras!”, reforçou.

“Ainda por cima com a expressão ‘zona de conforto’, ou alguém esqueceu totalmente o que se passou em Portugal nos últimos 10 e 20 anos, ou Augusto Santos Silva acha que pode dizer tudo e mais alguma coisa”, analisou, lamentando ainda os aplausos dos deputados socialistas presentes nesse jantar.

Depois, José Sócrates e as suas declarações arriscadas de outros tempos apareceram na conversa: “Perguntam-me porque estou sempre a falar de Sócrates… É por isto: porque Augusto Santos Silva acha que ainda pode dizer isto“.

“Este tipo de lata só é possível porque ele pressupõe que as pessoas não se lembram de nada do que aconteceu em Portugal. Isto é inacreditável“, completou.

No mesmo programa, Pedro Mexia repetiu que os bancos não são empresas como as outras: “Têm as poupanças das pessoas, a vida das pessoas”.

Ricardo Araújo Pereira disse que a banca não é conservadora, é “onzeneira”, porque os bancos portugueses são dos que lucram mais na Europa com os juros actuais. E deixou uma sugestão: regulamentação do mercado no sistema bancário português.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

7 Comments

  1. Este presidente da AR é uma comédia. Como é que é possível que esta criatura tenha ido tão longe?! Com um passado socrático, a fazer tristes números na AR como aquele que todos vimos aquando da visita do Lula, agora vem brinda-nos com mais este disparate. Estaria bem na comédia.

  2. Estes xuxas já não se lembram do desastre Sócrates. Eu lembro-me e lembrar-me-ei sempre da quilo que me roubou com o chamamento do socorro da Troika.

  3. Este Santos Silva é a coisa mais negra dos políticos atuais. Até a sua própria imagem mete medo. Mais parece uma cara de presidiário.

  4. Mas porque razão tenho de aturar este individuo que nem sequer foi eleito pelos portugueses e que envergonha Portugal. Este senhor que proclama a moralidade e não perde uma oportunidade para demonstrar os seus tiques de ditatorismo foi um grande erro de casting para liderar o parlamento que representa o Povo

  5. Amigo Joe deve estar mesmo distraido ou é muito ignorante.
    Então o Presidente da Assembleia da República não foi eleito?
    Então qual a razão que serviu para ser escolhid Presidente da AR?
    Pensa antes de escrever.

  6. @Zé animado Sem duvida que o que mencionei poderia ter sido melhor explicado dado que nem todos conseguem perceber determinadas mensagens. ou seja para um individuo (deputado) eleito de forma indireta visto que os portugueses votam maioritariamente no partido ou no seu líder e raramente ou mesmo nunca nos deputados elegíveis, que se torna presidente da assembleia eleito pelos seus pares mais uma vez fora do escrutínio direto dos portugueses, julgar-se dono disto tudo e envergonhar os Portugueses demonstra bem a prepotência deste Sr.
    Espero ter sido mais explicito e desculpe minha ignorância mas pensava estar apenas a dar uma simples opinião e não um artigo político. .

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