A polícia chinesa ampliou a vigilância nas redes de comunicações mais frequentadas pelos jovens, após a chegada ao país da “Baleia Azul”, o “jogo” que induz ao suicídio.
O jornal local Xangai Daily publica esta quarta-feira um artigo na qual relata diversos casos que foram detectados nas últimas semanas, entre os quais o desmantelamento de um grupo na província oriental de Zhejiang depois da denúncia de uma mãe.
“Se desenhar uma baleia azul no meu braço, isso deixará uma cicatriz?” perguntou um jovem à sua mãe, que entrou em contacto com as autoridades. “Posso continuar a ser um agente da polícia com essa cicatriz?”, queria ainda saber o mesmo jovem.
Após a denúncia da mãe, foi descoberto então que o grupo do qual o jovem fazia parte convidava os participantes a entrar no perigoso jogo, que consiste na realização de 50 desafios de diferentes graus de perigo em 50 dias, terminando com uma prova final que conduz ao suicídio do participante.
Neste grupo foram encontradas mensagens do seu fundador, na qual enumera as tarefas a concretizar pelos participantes – entre as quais cortar o braço com um canivete, furar-se com uma agulha repetidas vezes, não falar com ninguém durante um dia inteiro e aceitar a data da sua morte.
Na cidade de Ningbo foi descoberto outro grupo, fundado por uma menina de 12 anos, que publicou várias fotos das diversas suas auto-mutilações.
Zhu Wei, investigador da Universidade da China de Ciências Políticas e Direito que desempenha actualmente funções de consultor jurídico das autoridades, assegura que “estão a ser tomadas diversas medidas para evitar o sucesso do jogo entre os jovens”.
A polícia está a monitorizar qualquer referência do jogo em locais com transmissões ao vivo e nos fóruns de discussão. Quaisquer mensagens relacionadas com o jogo são eliminadas imediatamente.
Em Hangzhou, capital do distrito de Zhejiang, as autoridades educativas emitiram um aviso a todas as escolas primárias e secundárias a pedir que informem os pais sobre o jogo.
Recentemente, a gigante tecnológica Tencent, proprietário de algumas das redes sociais mais populares do país, informou que tinha encontrado pelo menos 12 grupos no seu serviço de mensagem QQ relacionados com o jogo – e alertou que o seu número estava a aumentar todos os dias.
// EFE