Uma rota estranha e, para um voo de carga, levava demasiadas pessoas (alguns associados a terrorismo). Mas há um responsável que sabe explicar tudo.
Um avião Boeing 747 saiu do México para Aruba, pequeno país a norte da Venezuela. A aeronave transportava cigarros.
Até aqui, nada que justificasse um artigo sobre essa viagem. Mas há uma “novela” à volta deste avião, desde a semana passada.
O avião iria pousar em Ezeiza (Argentina). Não conseguiu. Seguiu para Córdoba, depois ia para o Uruguai para colocar combustível, mas acabou por voltar para Ezeiza porque as autoridades uruguaias não permitiram o seu desembarque. O Paraguai também não deixou o avião entrar no seu território.
A aeronave Boeing 747 Dreamliner pertencia a uma empresa do Irão mas há cinco meses passou a ser de uma empresa da Venezuela – as duas empresas em causa são sancionadas pelo Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da América.
Seria um voo de carga mas tinha o dobro dos tripulantes do que seria suposto: 19. Cinco deles iranianos, 14 venezuelanos. E vários deles – não se sabe quantos – são ex-militares.
O piloto chama-se Gholamreza Ghasemi e será um membro da Força Quds, o Exército dos Guardiões da Revolução Islâmica do Irão. E não será o único membro dessa força presente no avião.
Juntando a estes factores, soube-se entretanto que alguém no Boeing desligou o equipamento de localização do avião (algo que é proibido).
Organismos estrangeiros deram o alerta e o avião ficou retido no aeroporto internacional de Ezeiza e os documentos dos cinco tripulantes iranianos foram apreendidos.
Há suspeitas de contrabando. Há suspeitas de ligação a terrorismo.
Um juiz autorizou nesta terça-feira buscas no hotel onde estão “hospedados” os 19 tripulantes do Boeing. Nenhum deles tem autorização para sair da Argentina.
Entretanto Agustín Rossi, chefe dos serviços de Inteligência da Argentina, já explicou tudo: “É uma questão muito simples. Os iranianos são instrutores e estavam a ensinar os venezuelanos a pilotar. Aqueles aviões são complexos, não é qualquer um que o consegue pilotar”.
“A aeronave Boeing 747 Dreamliner…”. Há aqui um equívoco pois o termo “Dreamliner” é a alcunha de marketing do modelo 787 da Boeing e não do 747.
Desligaram o equipamento de localização, qual a razão para tal? E se tivessem sido abatidos?