As aves das cidades estão a ficar mais brilhantes

Queixamo-nos delas, mas sem as pombas, gaivotas, rolas ou pegas, a nossa cidade ficaria menos “viva” — e aparentemente, menos colorida.

Algumas espécies de aves não só se adaptam aos ambientes urbanos, como também prosperam, e fazem-no a cores, revela um novo estudo publicado a 4 de abril na Ecology Letters.

Os investigadores analisaram mais de 1200 espécies de aves e descobriram que as aves que têm mais sucesso nas cidades tendem a apresentar uma plumagem mais brilhante e vibrante, sobretudo as fêmeas. Estão a evoluir, em resposta aos desafios e condições únicos da vida citadina.

A coloração das penas das aves desempenha um papel fundamental na termorregulação, camuflagem, seleção de parceiros e competição. Mas os ambientes urbanos, com temperaturas mais quentes, iluminação artificial e paisagens cinzentas monótonas, perturbam estas dinâmicas naturais.

“Os tons castanhos são mais comuns em ambientes naturais do que nas cidades”, explica o autor do estudo, Kaspar Delhey, ao ZME Science. “Suspeitamos que as aves castanhas estão em desvantagem numa cidade bastante cinzenta.” Isto significa que as aves de cor mais baça podem ter dificuldade em prosperar nas zonas urbanas, enquanto as espécies mais coloridas se adaptam melhor e se tornam mais comuns.

O estudo também descobriu que as aves urbanas com cores mais vivas são frequentemente fêmeas, o que indica que a mudança de plumagem não se deve apenas à seleção sexual: ode estar ligada à predação.

As cidades tendem a ter menos predadores naturais, permitindo que as aves ostentem cores mais vistosas sem os riscos habituais de sobrevivência.

Além disso, notaram numa grande diversidade de cores nas aves urbanas. Embora haja menos espécies nas zonas urbanas em comparação com os habitats rurais, a gama de cores nas comunidades de aves urbanas é, de facto, mais ampla.

“As cidades criam novos nichos ecológicos”, afirma Ibáñez-Álamo. “Mesmo com menos espécies, as aves que permanecem são notavelmente diversas em termos de cor.”

ZAP //

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