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“Um grande embrulho”. Avarias impedem controlo da água que vem de Espanha

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Nuno Veiga / Lusa

Numa altura em que o Governo se manifesta decidido a exigir a Espanha caudais mínimos diários nos rios, nomeadamente no Tejo, para fazer face ao problema da seca e da degradação da água, sabe-se que Portugal não consegue avaliar devidamente a qualidade, nem a quantidade desses caudais, devido a avarias nas estações hidrométricas.

Muitas das estações de monitorização dos caudais dos rios que permitem avaliar a qualidade e a quantidade da água não estão a funcionar, segundo aponta o Jornal de Notícias (JN) na sua edição desta terça-feira.

A presidente da Associação Portuguesa de Recursos Hídricos (APRH), Susana Neto, avança ao diário que as avarias se verificam em muitas das 29 estações localizadas na bacia do Tejo, onde a escassez de água, devido ao problema da seca, é cada vez mais evidente.

“O sistema de monitorização não é fiável e não permite monitorizar os caudais do lado de cá”, aponta Susana Neto no JN.

“O que é que vamos dizer aos espanhóis? Há aqui um grande embrulho. Não é insolúvel, mas exige investimentos, que deixaram de ser feitos aquando do período de austeridade”, lamenta ainda a responsável da APRH.

Por outro lado, o hidrobiólogo Adriano Bordalo e Sá, frisa na Rádio Renascença que “há estações de monitorização automática de qualidade, mas o que é feito, de qualidade tem muito pouco”. “Monitorizam apenas parâmetros básicos como temperatura e oxigénio dissolvido, mas não são monitorizados parâmetros realmente importantes como nitratos e sulfatos de pesticidas”, constata.

Situação é “preocupante”

A última avaliação do estado das águas do Tejo foi feita em 2017 a pedido da Agência Portuguesa do Ambiente (APA), mas nunca foi divulgada porque ainda carece de validação.

O JN apurou que já decorre uma nova avaliação com a intervenção de cientistas de quatro universidades portuguesas que estão a recolher dados no terreno, integrados num consórcio.

Mas para o investigador da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro Rui Cortes, é evidente que os resultados não podem ser muito positivos, dados os baixos níveis dos caudais devido à seca.

“Se os caudais estão praticamente a zero, há uma degradação da qualidade da água, o que é preocupante, porque os níveis de qualidade não podem piorar”, aponta Rui Cortes ao JN.

O ministro do Ambiente e da Acção Climática, Matos Fernandes, apontou nesta semana que o Governo português só espera a eleição de um novo Executivo estável em Espanha para voltar a discutir a Convenção de Albufeira, o acordo entre Portugal e Espanha relativo às bacias hidrográficas dos grandes rios transfronteiriços (Minho, Lima, Douro, Tejo e Guadiana). O objectivo, segundo Matos Fernandes, é introduzir valores de caudais mínimos diários ao país vizinho.

Actualmente, Espanha tem que libertar caudais mínimos semanais, trimestrais e anuais, mas nem sempre os valores estipulados são cumpridos. Há meses onde não vem água nenhuma para o lado português, como aconteceu em Agosto deste ano, e noutros em que vem água a mais, como ocorreu em Setembro quando Espanha abriu a barragem de Cedillo, libertando uma média diária de 14 milhões de metros cúbicos de água, para cumprir os valores anuais estipulados na Convenção, conforme noticiou o Público.

“Portugal já referiu de forma clara a Espanha que vai reforçar a sua atitude na próxima reunião plenária da CADC (Comissão para a Aplicação e o Desenvolvimento da Convenção de Albufeira) propondo o incremento de mecanismos de controlo que permitam evitar no futuro situações desta natureza”, avançou o Ministério do Ambiente numa nota ao Público.

ZAP //

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11 Comments

  1. Nao sabe “O que é que vamos dizer aos espanhóis?”

    Deixo aqui uma dica:
    Caros espanhois, nós somos incompetentes porque conhecemos o problema há dois anos e apesar da nossa economia navegar de vento em popa com o n/ Ronaldo da economia e nao nos faltar graganhol nem para desbundas á grande e á francesa, temos um “bode expiatório” para justificar a INCOMPETENCIA:
    A culpa é do Passos Coelho que quando foi governar encontrou os cofres do estado a abarrotar de ouro que lhe havia deixado o anterior homólogo.

    Se a sra president(a) nao gostar desta resposta, tenho outras versoes como a que responsabiliza o Afonso Henriques.

    • Desgraçado do PC vai ser culpado da incompetência deste desgoverno, durante o resto da vida e se calhar depois da morte que, se Deus quiser, ainda está longe, mas…haverá historiadores do partido deste desgoverno que irão contar a história culpando-o de tudo de mau… haja paciência…

      • Acha??? Ainda bem para si, deve ficar satisfeito com as injustiças deste desgoverno… há muitas pessoas assim.
        Não sabem ter discernimento em função dos assuntos e das suas simpatias políticas…
        Pena

      • Olá Elsa Masters,
        Concordo que o PC tambem vai ser “bode expiatório” e fundamento com uma frase que é bandeira dos socialistas:
        “Quem se mete com o PS, leva…!”

    • Boa Maria, totalmente de acordo. O pior é que daqui a uns anos vamos estar pior. Com o aumento do salário mínimo e dos gastos de funcionamento do Estado, quando a crise vier a taxa de desemprego e de insolvências vai ser bem maior. Mas ninguém pensa nisso. Siga a festa que o nosso dinheiro entretanto vai dando para tudo

      • Pois é… e viva o PS e a festa maravilhosa em que vivemos, desde a saúde ao ensino, aos transportes públicos e combóios, passando pela falta de água das chuvas e a falta de negociações sobre o Tejo, que está a morrer. É um dó ver o Tejo na junção com o Zêzere, que nunca o vencia… agora temos ilhotas, pássaros a passear nas ilhas que se formaram pela falta de água e o Zêzere gloriosamente vencendo o Tejo e arrastando as suas poucas águas à sua frente para a foz do Tejo…

      • Soma & Segue, Lda
        Daqui a uns anos? Será que levam a legislatura até ao fim? Duvido que consigam varrer o lixo para “debaixo das passadeiras vermelhas”. Tal como aconteceu com o “pobre provinciano” (que afinal assume agora a herança de milhoes provenientes do gatuno Julio Reco seu ascendente que fez a fortuna com o que roubou aos pobres ajuntadores de minerio quando acabou a 2a grande guerra).
        As empresas privadas sao o bombo da festa, excepto as enormes (dos mais ricos) que vivem a sugar o estado através dos lacaios que os representam na AR ou de ex-politicos que ao sairem do poleiro retribuem os favores a quem os lá meteu para agirem em proveito proprio.
        As pequenas e as micro empresas que geram a maior parte da riqueza, como será a sua e a minha, nao conseguem sair da cepa torta com a sobrecarga de impostos que… vao direitinhas para a festa da desbunda, para os bancos, para as negociatas dos politicos e autarcas.
        Assim, afirmo: O PS é um partido fascista na medida em que governa para os ricos, incentivando a grossa fatia de votantes com rebuçados e promessas que lança para o ar nas campanhas eleitorais.
        O nosso povinho gosta porque nao tem maturidade politica e mesmo a cultural… creio que estamos na cauda da Europa.

        Quanto aos equipamentos de controlo estarem obsoletos, nao acredito. Acho que nao os sabem usar. E provavelmente, tal como aconteceu com a “grande festa” que foi a Parque Escolar, deve haver carradas de equipamentos ainda embalados a que nao se deu uso.

  2. Os problemas com o caudal já têm barbas, não compreendo como é que um controlo fundamental e NUNCA poderia deixar de ser feito não está a funcionar! Que vergonha!!

  3. O problema deve estar nos palacetes de Lisboa com poltronas e sofás muito fofinhos o que levará os nossos políticos depois de um farto repasto dormirem uma boa soneca, vai daí que os dias vão passando e como o Tejo aí na cidade vai vivendo bem alimentado pela água do oceano eles nunca mais se lembram que de Vila Franca para cima ainda existe rio e país, também encontram os supermercados repletos e que interessa lá saber de onde vem!. Portanto irem discutir daquilo que não sabem e que desconhecem por completo, mais vale aproveitar o conforto do sofá!.

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