Foi detido na Bélgica um novo suspeito de ligações aos atentados de Paris que ocorreram em novembro passado, anunciou esta quinta-feira a Procuradoria belga.
Esta detenção acontece um dia depois do Conselho de Ministros belga ter decidido manter 700 militares nas ruas até ao próximo dia 20 de janeiro.
De acordo com o Ministério Público belga, citado pela AFP, o novo suspeito de ligações aos ataques na capital francesa chama-se Abdullah C., nasceu em 1985 e tem nacionalidade belga.
O detido terá mantido contacto por telefone com o primo de Abdelhamid Abaaoud, o presumível cérebro dos ataques que aconteceram a 13 de novembro.
Abdullah é a nona pessoa indiciada na Bélgica como parte da investigação sobre os atentados. As anteriores detenções foram feitas no início de dezembro e envolvem o francês Samir Z. e o belga Pierre N, dois moradores do bairro de Molenbeek.
O suposto responsável pela logística dos atentados continua a monte. Salah Abdeslam é neste momento o homem mais procurado na Europa.
De acordo com o jornal Le Parisien, o belga confessou aos cúmplices que o ajudaram a fugir que participou no assassinato das 130 pessoas.
“Disse que estava num dos carros e que tinha usado uma arma kalashnikov para matar pessoas”, contou um dos dois cúmplices, que foram detidos e acusados de “assassinato e participação em atividades de uma organização terrorista”.
Abdeslam acrescentou ainda que deixou propositadamente o documento de identidade do seu irmão Brahim num carro abandonado, para que o seu nome fosse conhecido por todo o mundo.
De acordo com o relato, durante a viagem para a Bélgica, Abdeslam estava muito nervoso, disse que planeava vingar-se da morte do irmão e que “os franceses iam torturá-lo” se fosse apanhado.
O diário francês informa ainda que Abdeslam não foi para Molenbeek, tendo pedido que o deixassem em Schaerbeerk, nos subúrbios da capital belga, onde o esperava uma outra pessoa. Despediu-se e disse que nunca mais o voltariam a ver.
ZAP