A autópsia a João Rendeiro, que estava prevista para esta terça-feira, já foi realizada. O corpo deve ser trasladado ainda esta semana para Portugal.
A autópsia do antigo presidente do BPP, João Rendeiro, foi realizada esta terça-feira por uma médica especialista forense sul-africana na presença da polícia da África do Sul (SAPS), disse fonte da morgue à Lusa.
Durante o procedimento médico, coadjuvado por técnicos da morgue de Pinetown, subúrbios da cidade portuária de Durban, os agentes da polícia sul-africana recolheram provas fotográficas para a investigação policial em curso às causas da morte do ex-banqueiro na cela da prisão de Westville, onde se encontrava detido desde dezembro de 2021.
A fonte disse ainda à Lusa que o corpo de Rendeiro se encontra na morgue “pronto para ser recolhido”, acrescentando que a instituição “não tem ideia quem o irá fazer, se algum familiar ou as autoridades portuguesas”.
O resultado da autópsia será divulgado apenas à família de Rendeiro e só Maria de Jesus Rendeiro poderá pedir acesso ao relatório da autópsia.
A CNN Portugal avança ainda que o corpo do ex-banqueiro poderá ser trasladado “ainda esta semana” para Portugal.
João Rendeiro foi encontrado morto na quinta-feira na prisão de Westville, segundo uma nota do Departamento de Serviços Penitenciários, que excluiu o envolvimento de terceiros.
“Ele estava numa cela única quando se enforcou. Foi depois de trancado, portanto, ninguém podia estar envolvido ou ter acesso a ele”, explicou à Lusa o porta-voz dos serviços prisionais da África do Sul, Singabakho Nxumalo.
Detido em 11 de dezembro na cidade de Durban, após quase três meses fugido à justiça portuguesa, João Rendeiro foi presente ao juiz Rajesh Parshotam, do tribunal de Verulam, que lhe decretou em 17 de dezembro a medida de coação mais gravosa, colocando-o em prisão preventiva no estabelecimento prisional de Westville.
“Não vou regressar a Portugal”, disse aos jornalistas em dezembro.
O ex-banqueiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros. Das três condenações, apenas uma já transitou em julgado e não admite mais recursos, com João Rendeiro a ter de cumprir uma pena de prisão efetiva de cinco anos e oito meses.
João Rendeiro foi ainda condenado a 10 anos de prisão num segundo processo e a mais três anos e seis meses num terceiro processo, sendo que estas duas sentenças ainda não transitaram em julgado.
O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.
ZAP // Lusa
Não há incineração na África do Sul?
A gajo disse que não regressaria a Portugal e bem que podiam ficar por lá a servir de fertilizante…