As Autoestradas do Douro Litoral A43, A41 e A32 que servem a Área Metropolitana do Porto, estão à venda. Está em causa uma extensão de estrada de mais de 73 quilómetros e o preço pode superar os 400 milhões de euros.
Os fundos Strategic Value Partners que detêm a Autoestrada do Douro Litoral (AEDL) que gere a A43, a A41 e a A32, já sondaram o mercado para ver se é desta que conseguem vender a empresa.
O Jornal de Negócios adianta que já contrataram o Goldman Sachs e o Natixis para vender a AEDL e que a expectativa é concluir a operação durante o Verão.
Após sondagem ao mercado e convite a quatro participantes para apresentarem propostas, continuam interessados a Globalvia e a Brisa, segundo o mesmo jornal. Já a Ascendi e a Roadis ter-se-ão afastado do processo.
Venda pode ser superior a 400 milhões de euros
O valor de venda pode ser superior a 400 milhões de euros, considerando “as transacções mais recentes na Europa no sector das autoestradas com portagens”, explica o Negócios.
Mas o número pode aumentar considerando o crescimento das autoestradas envolvidas devido ao congestionamento da VCI (Via de Cintura Interna) que é a alternativa existente na Área Metropolitana do Porto.
A possível extensão da concessão de 27 anos que, nesta altura, vigora até 2034, e o rendimento familiar acima da média nacional que se verifica naquela região são outros factores que podem contribuir para inflacionar o preço de venda.
A avaliação da AEDL também é influenciada pelo crescimento do PIB.
Tráfego em níveis “40% acima dos pré-pandemia”
Desde o início da operação da AEDL em 2011, a via “tem registado aumentos médios anuais no tráfego de 12%” e, actualmente, está em níveis “40% acima dos pré-pandemia”, realça o Negócios.
Em 2022, a concessão “gerou receitas de portagens de mais de 27 milhões de euros“, segundo as contas do mesmo jornal.
A empresa amealhou também “um total de 290 milhões de euros” após pagamentos do Estado em condenações em processos de arbitragem. E terá ainda a receber, neste âmbito, “mais de 120 milhões” de euros, aponta o Negócios.
A AEDL integrou o Grupo Brisa até 2019, altura em que entraram os novos accionistas. A empresa tinha uma dívida de mais de mil milhões de euros que os fundos adquiriram à banca por cerca de 200 milhões de euros, portanto, com um desconto de quase 80%.
A Ascendi passou a gerir a operação e a manutenção.
Em 2021, os fundos fizeram uma primeira tentativa de venda da AEDL que falhou. Talvez, agora a operação chegue a bom porto.
Que negociatas!
Não seria preferível e rentável a IP ficar com as portagens e manutenção?
Para ser rentável para o privado, também será para o Estado….
Mas o Estado só quer é sacar!