Autarca argentina denunciada por corrupção pelo próprio pai

(cv) Cadena 3

Verónica Morales, autarca de San Cosme, Argentina

Verónica Morales, autarca de San Cosme, Argentina

Verónica Morales, presidente da Câmara da cidade de San Cosme, no norte da Argentina, foi denunciada pelo seu seu pai, vereador do município, por supostamente ter ficado com fundos públicos destinados a obras que não saíram do papel.

O insólito caso gerou um grande número de comentários na imprensa e nas redes sociais, depois de os meios de comunicação locais terem divulgado a denúncia apresentada por Eduardo Morales, vereador da autarquia de San Cosme, de cerca de 6.500 habitantes.

A ex-mulher de Morales, mãe da acusada, foi também anteriormente presidente da Câmara da mesma cidade, onde outra das suas filhas foi vereadora.

“Sabia que o meu pai é instável, bipolar. Mas que tenha feito uma coisa assim, ainda mais sabendo que eu tenho forma de provar que tudo isso é mentira, surpreende-me”, declarou a presidente da Câmara de San Cosme, Verónica Morales, à imprensa local.

Eduardo Morales, que foi eleito vereador em 2015, mas não chegou a assumir funções, acusou a filha de ser responsável pela falta de obras concluídas, pagas com facturas alegadamente adulteradas, e de ter ficado com o dinheiro destinado pelo Estado à sua realização.

Fez isso em conivência com os actuais vereadores. Por isso não me deixam assumir a vereação, porque têm problemas. Porque sou uma pedra no sapato“, disse Morales ao canal “Todo Notícias”.

Morales citou como exemplo os 325.000 pesos, cerca de 20 mil euros, que terão sido alegadamente atribuídos pela autarca à compra de um camião para os bombeiros. “Mas não há corpo de bombeiros em San Cosme“, denuncia Morales.

Segundo explicou o próprio, Eduardo Morales está separado da família devido a “uma manobra maligna” contra si. “Verónica e a mãe deixaram-me na rua”, conta Morales, que acusa a filha e a ex-mulher de o afastar da construtora da familia.

A construtora é minha. O meu pai nunca teve nenhuma empresa. Nunca foi deixado de fora de nada porque nunca teve nada”, esclareceu Verónica Morales, que salienta que o pai tinha “uma vida paralela” e estava a “endividar-se para construir a casa da sua amante”.

“Acredito que está apenas a procurar desprestigiar a minha gestão, mas não vai conseguir, porque tenho as contas em dia. Estou muito tranquila“, garantiu a autarca da cidade, situada na província de Corrientes, no norte da Argentina.

Questionada sobre o facto de tantos membros da sua família terem, ou terem tido, cargos no governo local, a actual autarca realçou que não são postos hereditários. “Todos nós nos submetemos à vontade popular para chegar ao cargo“, argumentou.

// EFE

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