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Áustria alarga confinamento. Austrália deverá manter fronteiras fechadas em 2021

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Martin Divisek / EPA

A Áustria vai alargar o atual confinamento comercial e social para conter a pandemia de covid-19. Já a Austrália deverá manter as fronteiras fechadas durante a maior parte do ano.

A Áustria vai alargar o atual confinamento comercial e social, pelo menos até 7 de fevereiro, em resposta ao elevado número de novos contágios diários de covid-19,.

O anúncio foi feito este domingo pelo chanceler federal, Sebastian Kurz, que explicou, em conferência de imprensa, que o reforço das medidas se devem sobretudo à expansão da mutação de origem britânica do vírus que, segundo os especialistas, já representa cerca de 15% das infeções na Áustria.

O país registou uma incidência de 130 infeções pelo novo coronavírus por 100.000 habitantes em sete dias.

Além de estender o confinamento, em vigor desde 26 de dezembro, o executivo austríaco reforçou algumas medidas preventivas, principalmente a utilização obrigatória de máscaras do tipo FFP2 em supermercados e nos transportes públicos.

A distância física entre pessoas que não pertencem ao mesmo agregado familiar aumentou de 1,5 metros para dois metros e as empresas devem optar por ter os seus funcionários em teletrabalho sempre que seja possível.

O plano do Governo prevê a abertura gradual do comércio essencial e das escolas a partir de 8 de fevereiro, embora saliente que vai depender da evolução da pandemia.

Os estabelecimentos de restauração e hotelaria deverão continuar encerrados até, pelo menos, afinal de fevereiro, com as empresas a continuarem a receber compensações financeiras do Estado devido à suspensão das suas atividades.

“As mutações [do vírus] do Reino Unido e da África do Sul são muito mais contagiosas, o que piora muito a situação”, realçou Sebastian Kurz, especificando que o alargamento do confinamento tem como objetivo reduzir a incidência do contágio para 50 por cada 100.000 habitantes, até 7 de fevereiro.

Esta meta equivale a cerca de 700 novos contágios por dia, contra os 1.500 a 2.500 que se registaram com as atuais regras de confinamento.

Austrália deverá manter fronteiras fechadas em 2021

A Austrália deverá manter as fronteiras fechadas durante a maior parte de 2021, mesmo que a maioria da sua população de 25 milhões de pessoas seja vacinada nos próximos meses, indicaram esta segunda-feira fontes oficiais.

“Acredito que teremos restrições fronteiriças significativas durante a maior parte deste ano, mesmo que a maioria da população seja vacinada. Não sabemos se [a vacina] irá impedir a transmissão do vírus”, disse o secretário do Ministério da Saúde, Brendan Murphy, à ABC News.

Cerca de 75% da população australiana, que iniciará o seu programa de vacinação covid-19 em meados de fevereiro, pretende ser imunizada contra o coronavírus, de acordo com um inquérito realizado no mês passado pela empresa de consultoria Roy Morgan.

Entretanto, as autoridades australianas, que demonstraram a sua eficácia no rastreio de contactos, estão a tentar determinar a segurança das vacinas após a morte na Noruega de cerca de 30 pessoas idosas, que tinham problemas de saúde subjacentes, após terem recebido a vacina Pfizer.

A Austrália tem mantido as suas fronteiras internacionais fechadas desde março de 2020 e só permite a entrada dos seus residentes e cidadãos, alguns dos seus familiares mais próximos, diplomatas e outras exceções.

As autoridades australianas anunciaram este fim de semana que vão disponibilizar 20 voos charter para repatriar alguns dos mais de 30 mil residentes e cidadãos australianos no estrangeiro, depois de a companhia aérea Emirates ter anunciado que iria suspender os voos para Melbourne, Sidney e Brisbane.

Qualquer pessoa que entre no país está sujeita a uma quarentena obrigatória de 14 dias, como é o caso dos tenistas que participam no Open da Austrália, agendado entre 8 e 21 de fevereiro.

Polícia detém 100 pessoas em protesto em Amesterdão

Cerca de 100 manifestantes foram presos este domingo durante uma manifestação em Amesterdão, onde perto de duas mil pessoas protestavam contra as restrições ligadas à pandemia de covid-19 e contra o Governo dos Países Baixos, que renunciou na sexta-feira.

Os manifestantes reuniram-se à tarde na praça dos museus (Museumplein), no centro da capital, no seguimento de um apelo lançado nas redes sociais: “Nunca mais votem no governo Rutte!”.

Os manifestantes, muitos dos quais não cumpriram as medidas sanitárias impostas, foram expulsos pela polícia, em particular com o uso de canhões de água, afirmou o município de Amesterdão em comunicado. Alguns atiraram pedras aos polícias, acrescentou o município, que contabiliza uma centena de detenções.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, apresentou na sexta-feira a sua demissão e a de todos os ministros do executivo, na sequência de um escândalo relacionado com abonos de família e a acusação indevida de milhares de pessoas de fraude.

“O Estado de Direito deve proteger os seus cidadãos de um Governo todo-poderoso. Isso falhou de forma horrível”, declarou Rutte durante uma conferência de imprensa, na qual confirmou ter apresentado a sua demissão ao rei dos Países Baixos, Guilherme Alexandre.

“Todos nós concordamos: quando todo o sistema falha, só uma responsabilidade conjunta pode ser assumida”, acrescentou o primeiro-ministro demissionário.

ZAP // Lusa

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