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Os australopitecos eram amamentados até aos 12 meses

Wikimedia / Federigo Federighi

As crias dos australopitecos, uma espécie humana extinta que viveu em África, foram amamentadas até ao primeiro ano de vida, segundo um estudo publicado esta segunda-feira na revista científica Nature.

Na investigação da faculdade de medicina Icahn, de Nova Iorque, nos EstadosUnidos, foram estudados os dentes fossilizados do Australopithecus Africanus, uma espécie de hominídeo natural da zona que é hoje a África do Sul.

A autora do estudo, Christine Austin, analisou os minerais nos dentes dos recém-nascidos, uma vez que o leite materno contem bário, que se acumula nos dentes.

Nos fósseis dos australopitecos estudados, que terão vivido há cerca de 2,6 e 2,1 milhões de anos, havia bário acumulado, o que levou os investigadores a calcular que as crias tinham sido amamentadas durante um ano, um período que pode ter-lhes permitido sobreviver a uma escassez de alimentos, refere-se no artigo da Nature.

“O padrão de crescimento dos dentes, que se assemelha aos anéis das árvores, permitiu que os investigadores determinassem as concentrações de bário, um elemento encontrado no leite, que se acumulara nos dentes ao longo do tempo e que fornece informação sobre os padrões maternais e de dieta”, afirma a equipa citada em comunicado.

“Os nossos resultados mostram que esta espécie está um bocadinho mais próxima dos humanos do que outros grandes símios que têm comportamentos diferentes na amamentação”, explicou Austin, citada na mesma nota.

Esta primeira espécie de hominídeos, destaca ainda a recente publicação, socorreu-se ainda da amamentação para enfrentar período de escassez de alimentos que, segundos os cientistas, podem ter levado à sua extinção.

ZAP // Lusa

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