Camberra está a preparar-se para enfrentar a ameaça do eventual regresso de australianos que combatem nas fileiras das milícias jihadistas na Síria ou no Iraque, afirmou esta segunda-feira o primeiro-ministro, Tony Abbott.
Numa entrevista ao Canal 7 da televisão australiana, o primeiro-ministro afirmou que o seu Governo vai impedir que jihadistas australianos, que foram “radicalizados e militarizados”, regressem para provocar o caos no país, onde sentirão “todo o peso da lei”.
“O importante é assegurar que as nossas fronteiras estão seguras. A segurança fronteiriça não passa apenas por deter os barcos com imigrantes ilegais. Também é assegurar que as pessoas que regressam à Austrália não geram o caos”, realçou Tony Abbott.
A milícia sunita do Estado Islâmico do Iraque e do Levante (EIIL) faz uso dos vídeos publicados na Internet para persuadir australianos e outros muçulmanos de todo o mundo a aliarem-se às suas campanhas no Iraque e na Síria.
Alegadamente dois australianos – identificados como Abu Yahya al-Shami e Abu Nour al-Iraqi – aparecem num vídeo do EIIL filmado na Síria, no qual se dá a entender que um deles morreu em combate, refere a agência AAP.
O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse recentemente que Washington está “profundamente preocupado” com o regresso de estrangeiros jihadistas aos seus países de origem, entre os quais europeus e australianos.
O Governo australiano já cancelou vários passaportes, apesar de não ter especificado quantos, como medida para proteger a sua segurança nacional.
Estima-se que cerca de 150 australianos participem nos combates na Síria e no Iraque.
“Estamos particularmente preocupados com as informações de que australianos procuram não apenas treino mas também posições de liderança para radicalizar outros”, reconheceu a ministra dos Negócios Estrangeiros australiana, Julie Bishop, em declarações, este domingo, à cadeia televisiva local ABC.
Ao abrigo da legislação, os civis australianos que participem num conflito armado no estrangeiro arriscam uma pena de até 20 anos de prisão.
/Lusa