A maior parte dos governadores dos estados e territórios australianos assinou um documento onde defende que o país deve abandonar a monarquia e transformar-se numa república.
O único dirigente político que se recusou a assinar foi o governador do estado da Austrália Ocidental, Colin Barnett, que diz apoiar o movimento, mas que ainda não é o momento certo para mudar o sistema de governo do país.
A Austrália é um dos reinos da Commonwealth, e tem como chefe do Estado a Rainha Isabel II, de Inglaterra, representada no país por um governador-geral.
Também o líder do Australian Labor Party, partido trabalhista na oposição, irá esta terça-feira, no Dia da Austrália – que assinala a chegada ao continente dos primeiros colonos britânicos – defender que o país abandone a monarquia e opte por um sistema político republicano, diz a BBC.
“Pela primeira vez na nossa história, os líderes dos maiores partidos do nosso país são todos republicanos assumidos”, realçou Bill Shorten.
A Austrália realizou um referendo em 1999 para decidir se o país continuaria a ser uma monarquia, com a rainha Isabel II como monarca, ou se deveria tornar-se uma república.
Na altura 54,87% os australianos votaram a favor da monarquia.
O actual primeiro-ministro da Austrália, Malcolm Turnbull, era o líder do movimento republicano no referendo de 1999, mas afirma agora não pretender mudanças enquanto durar o reinado de Isabel II.
Mas embora a maioria dos governadores, políticos e membros do governo australiano apoiem a mudança para um sistema republicano, talvez o mesmo não aconteça com os seus eleitores.
Em 2014, uma sondagem revelou que apenas 39% dos australianos apoia uma mudança de regime – o valor mais baixo dos últimos 20 anos.
A tendência pode no entanto alterar-se caso o príncipe Carlos suba ao trono. O herdeiro da coroa britânica não goza da mesma popularidade que a mãe – nem junto de políticos, nem dos australianos.
Tal poderá explicar o movimento tático de Turnbull: God Save the Queen, e depois logo se verá.
ZAP