Human Rights Watch e a Amnistia Internacional afirmam que o governo australiano tem uma política deliberada de ignorar abusos a requerentes de asilo.
De acordo com a BBC, as duas organizações internacionais de Direitos Humanos realizaram uma investigação e concluíram que cerca de 1.200 homens, mulheres e crianças foram transferidos para centros de processamento na ilha de Nauru, no Oceano Pacifico, onde sofrem abusos graves, mau tratamento e negligência.
Anna Neistat, diretora da Amnistia Internacional, afirma que o governo australiano deteve os refugiados por períodos prolongados em condições desumanas, negando-lhes cuidados médicos apropriados, de modo a que muitos revelam uma séria degradação de sua saúde mental e tentam o suicídio.
“A política de exilar requerentes de asilo que chegam de barco à Austrália é cruel e extrema. Poucos países estão a impor tanto sofrimento às pessoas que procuram segurança e liberdade”, destaca.
Nauru é uma pequena ilha empobrecida e devastada por 40 anos de mineração de fosfato, considerada inabitável.
Os refugiados estiveram, inicialmente, alojados num centro de detenção, em tendas apertadas com temperaturas interiores que alcançam regularmente 45 a 50 graus, sujeitos a chuvas torrenciais e inundações.
As famílias são geralmente instaladas em contentores e os restantes refugiados ficam em salas com espaço apenas para uma cama e uma pequena prateleira ou permanecem em tendas.
“Somos almas mortas em corpos vivos. As pessoas aqui não têm uma vida real, estamos apenas a sobreviver“, disse uma mulher refugiada às organizações.
Segundo a Amnistia Internacional, as autoridades australianas estão cientes dos abusos e já foram alertadas pela Comissão Australiana de Direitos Humanos e pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados.
BZR, ZAP
Australianos no seu melhor…