As taxas entre os jovens tem aumentado drasticamente ao longo dos últimos anos. O cancro colorretal é considerado um dos cancros com maior taxa de mortalidade, sendo a 2ª causa de morte no mundo ocidental.
O aumento de incidência de cancro em jovens é uma tendência crescente e cada vez mais alarmante.
Ainda recentemente, o ZAP deu notícia da preocupação com que o médico Luís Costa, do Hospital de Santa Maria, olha para o que chama uma “epidemia de cancro em jovens adultos“.
Não acontece apenas em Portugal.
Num comunicado publicado no EurekAlert!, é referido que a incidência de cancro colorretal em jovens tem aumentado drasticamente ao longo das últimas duas décadas nos Estados Unidos.
A nova investigação, liderada por Islam Mohamed, médico na Universidade de Missouri-Kansas City, apresenta tendências evolutivas na incidência do cancro colorrectal em doentes com menos de 45 anos.
“O cancro colorrectal já não é considerado apenas uma doença da população idosa e é importante que o público esteja consciente dos sinais e sintomas da doença“, afirma Mohamed.
Entre 1999 e 2020, a taxa de cancros colorretais sextuplicou entre as crianças de 10 a 14 anos, mais do que quadruplicou entre os adolescentes de 15 a 19 anos e cresceu 185% entre os jovens adultos de 20 a 24 anos.
Em 2020, foram diagnosticadas apenas 6 crianças com idades compreendidas entre os 10 e os 14 anos por cada milhão de habitantes, em comparação com 1 por em 1999. Na mesma escala, os diagnósticos em adolescentes de 15 a 19 anos passaram de 3 para 13 e em jovens adultos de 20 a 24 anos, os casos aumentaram de 0,7 para 2.
Também se registaram nos escalões etários mais elevados, com as taxas a aumentarem 71% para 65 por milhão de habitantes, entre os 30 e os 34 anos, e 58% para 117, entre os 35 e os 39 anos, em 2020.
Embora o grupo etário dos 40 aos 44 anos tenha registado um aumento percentual mais baixo, de 37%, este grupo apresentou a taxa de incidência mais elevada, atingindo 200 por milhão de pessoas em 2020.
Segundo a Liga Portuguesa Contra o Cancro, a cada ano são detetados cerca de 7.000 novos casos e diariamente, morrem 11 pessoas com esta doença. A doença é um mais comum se manifestar em homens do que em mulheres.
Os fatores de risco para a doença incluem história familiar de doença inflamatória intestinal ou cancro colorretal, obesidade, consumo de tabaco/álcool, a ingestão reduzida de fibras, o consumo de carnes processadas ou de bebidas açucaradas e uma dieta rica em gorduras.
Os sintomas mais comuns do cancro identificados em doentes com cancro colorrectal em estágios iniciais foram mudança dos hábitos intestinais em termos de obstipação ou diarreia, dor abdominal, hemorragia retal e sinais de anemia por deficiência de ferro, disse Mohamed.
Até agora, o número de casos em crianças não é suficientemente elevado para sugerir um rastreio generalizado através de colonoscopia, mas é essencial estar atento a todos os sintomas e promover hábitos de vida saudáveis nas crianças e jovens.