A auditoria interna realizada pela Intercampus às sondagens pré-eleitorais das últimas eleições autárquicas, que foram muito criticadas, não detetou erros. Assim, o que pode explicar as divergências são “mecanismos” que fazem mudar a opinião das pessoas.
Esta explicação é avançada pelo consultor Luís Valente Rosa que apresentou os resultados da auditoria.
“As sondagens pré-eleitorais foram criticadas, mas as sondagens de boca de urna acertaram na perfeição, como é habitual”, aponta o consultor citado pelo Correio da Manhã (CM).
As sondagens pré-eleitorais foram especialmente criticadas pelo PSD que conquistou a Câmara de Lisboa, com Carlos Moedas à cabeça, quando todas as sondagens davam a reeleição de Fernando Medina como certa.
“Há muitos mecanismos que podem provocar diferenças entre a opinião dos eleitores 15 dias antes da eleição e a sua decisão no dia da eleição”, nota ainda Luís Valente Rosa.
Entre esses “mecanismos”, o consultor aponta a “abstenção por certeza da vitória” que “penaliza o partido que vai à frente”. “Ou as pessoas estarem zangadas ou terem sofrido uma reacção adversa em relação ao PS ou a Fernando Medina”, diz ainda.
“Muitas vezes, vamos a casa das pessoas e entrevistamos eleitores que ainda não refletiram, não decidiram. Muitas decisões em termos de comportamento eleitoral são tomadas no próprio dia”, acrescenta o consultor em declarações divulgadas pelo CM.
Já o presidente da APODEMO – Associação Portuguesa de Empresas de Estudos de Mercado e Opinião, Carlos Mocho, refere ao mesmo jornal que a “evolução de uma sondagem” decorre “ao longo do tempo e de forma natural, concretamente em situações em que a opinião das pessoas pode mudar de forma mais volátil”.