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Médicos enviam atualizações em vídeo a meio da operação através de “histórias”

Médicos enviaram atualizações em vídeo durante uma cirurgia através de uma aplicação, ao estilo das “histórias” do Instagram. Apenas os familiares e amigos do paciente as conseguem ver e desaparecem passado uma hora.

O conceito é inovador, mas é na verdade bastante simples. A Electronic Access to Surgical Events (EASE) é uma aplicação para smartphones que permite aos familiares e amigos do paciente que está ser operado receberem atualizações durante a cirurgia. Uma hora depois de enviados, os vídeos são automaticamente apagados — muito ao estilo das “histórias” do Instagram ou do Snapchat.

Tradicionalmente, as pessoas são obrigadas a ficar na sala de espera e aguardar que o médio chegue com feedback. Este avanço permite que não só os que estão no hospital tenham acesso instantâneo às atualizações da operação, mas também aqueles que não podem estar presentes saibam das novidades.

A aplicação já está disponível em 57 hospitais nos Estados Unidos e, segundo Dawn Lipthrott, familiar de um dos pacientes, “foi como da noite para o dia, comparativamente ao que tinha experienciado antes”.

A ideia partiu de dois irmãos, Kevin e Patrick de la Roza. Kevin, que é anestesiologista cardíaco pediátrico no Hospital Arnold Palmer for Children, disse que a ideia surgiu quando há seis anos atrás o hospital usou as redes sociais para fazer a cobertura de uma cirurgia cardíaca realizada a uma criança, como parte de uma campanha de marketing.

Foi então que um dos pais de um paciente pediu que o mesmo fosse feito para o seu filho. A faísca levou a que mais pais se mostrassem interessados e então nasceu a EASE. O outro irmão, Patrick, tem experiência em marketing e administração de saúde e tinha os conhecimentos necessários para desenvolver a aplicação.

Há atualmente outros serviços que fornecerem um serviço semelhante, mas apenas permitem a comunicação através de mensagens de texto entre o bloco operatório e a sala de espera. Os vídeos enviados pela aplicação EASE têm um código QR exclusivo para o paciente e são seguras e unidirecionais.

Desta maneira, a aplicação não viola as leis de privacidade médica, já que toda a informação é criptografada. Nem todas as notícias que podem sair de lá são positivas, mas a aplicação permite que o cirurgião decida se quer partilhar a informação pela app ou não.

“Apesar de toda esta modernização que a sala de cirurgia do hospital teve no último século — seja ressonância magnética, radiologia ou outros avanços de alta tecnologia — a sala de espera nada mudou”, disse Patrick, citado pelo OZY.

“Tradicionalmente, é um quartinho horrível e apertado, com muitas cadeiras e outras pessoas que sentem a mesma ansiedade, o mesmo medo, essa mesma falta de controlo”, acrescentou.

Apesar de ser usada em menos de 1% dos hospitais americanos, a EASE já foi usada em mais de 300 mil intervenções cirúrgicas. O preço da subscrição pode variar entre os 20 mil dólares ou as centenas de milhares, dependendo do tamanho dos hospital.

ZAP //

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