Ator Adérito Lopes hospitalizado após agressão por grupo de extrema-direita em Lisboa

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Três atores da companhia de teatro A Barraca foram agredidos na noite desta terça-feira, à entrada da sala de teatro Cinearte, em Lisboa, por um grupo alegadamente ligado a um movimento de extrema-direita. O ator Adérito Lopes teve que receber tratamento hospitalar.

O ator Adérito Lopes, da companhia de teatro A Barraca, foi agredido esta terça-feira por um grupo de extrema-direita, em Lisboa, quando entrava para um espetáculo com entrada livre de homenagem a Camões.

Em declarações à Lusa, a diretora da companhia, Maria do Céu Guerra, contou que por volta das 20:00, “estavam os atores a chegar ao Cinearte, no Largo de Santos, quando se cruzaram à porta com um grupo de neonazis com cartazes, programas, com várias frases xenófobas“.

Segundo o Expresso, nos panfletos distribuídos pelo grupo podiam ler-se as frases “remigração”, “Portugal aos portuguezes“, e “defende o teu sangue”.

O grupo terá então começado por provocar uma das atrizes, conta Maria do Céu Guerra. “Entretanto, os outros atores estavam a chegar. Dois foram provocados e um terceiro foi agredido violentamente, ficou com um olho ferido, um grande corte na cara”.

A também encenadora, de 82 anos, acrescenta que o ator em causa, Adérito Lopes “teve de receber tratamento hospitalar. A ambulância foi rápida a chegar”. O ator foi assistido no Hospital de São José.

O espetáculo “Amor é um fogo que arde sem se ver” teria esta terça-feira a última récita, de um conjunto de seis, às 21:00, com entrada livre, e tinha sala cheia, mas acabou por não acontecer. O público só abandonou o espaço já para lá das 22:00, disse a atriz à Lusa, acrescentando que o agressor foi detido — e que o sucedido “só não foi pior por ter aparecido a PSP“.

Maria do Céu Guerra lembrou que se assinalavam esta terça-feira os 30 anos do ataque por neonazis que matou Alcindo Monteiro: “30 anos depois, este país ainda não arranjou forma de se defender dos nazis”.

Em 1995, na madrugada de 10 para 11 de junho, um grupo de cerca de 50 skinheads invadiu as ruas do Bairro Alto, em Lisboa, e atacou com violência várias pessoas. Alcindo Monteiro, cabo-verdiano, tinha 27 anos quando foi assassinado.

Onze dos agressores foram julgados e condenados por homicídio, seis foram condenados por agressões e dois foram absolvidos. Todos os condenados estão atualmente em liberdade, após cumprir as penas a que foram condenados.

“É terrível. E tenho aqui o elenco, 14 atores, todos a temer pela sua saída do teatro. E que querem falar, dar a sua opinião, querem dizer o que sentem em relação a isto e à proteção que lhes é merecida”, afirmou a atriz, que sublinhou o quão vulneráveis se sentem.

Nas palavras de Maria do Céu Guerra, A Barraca é um símbolo de paz, mas para outros não sabe o que será.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Isto foi ato de repudiar, mas infelizmente os políticos que escancararam as fronteiras à imigração totalmente descontrolada, são os responsáveis por estas repudiadas situações.

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    • Ou seja, os imigrantes são os verdadeiros culpados pelos crimes dos neo-nazis… Algum imigrante terá roubado o cérebro do Carlos?…

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  2. Pelos vistos o Assassino de Alcindo Monteiro estava entre os agressores desse grupo! Era prisão máxima para esse reincidente que não pode continuar em liberdade neste país!!! Vergonha!!!

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  3. Esta história está muito mal contada.
    Quem eram os agressores?
    Que frases xenófobas exibiam?
    Porque atacaram os referidos atores?
    O Jornalixo, está cada vez mais desenvolvido…….

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  4. Onde é que estão agora os bots e cães rafeiros que se dizem portugueses com z?!
    Onde está essa escumalha que envergonha Portugal?
    Que culpa tem um grupo de atores a caminho do trabalho da propaganda nazi sobre imigração?!
    Onde está o comentário do cobarde ventura e do seu bando de vermes a condenar este ataque vil?
    É guerra civil que querem, é guerra civil que vão ter!
    É tempo de enfrentar estes energúmenos com os mesmos métodos com que pretendem impor a sua vontade. Pela força e pelas armas!
    Não será com discursos que se derrubará esta corja de delinquentes. É preciso fazer aquilo que Otelo devia ter feito no Campo Pequeno. Pôr lá este gado todo e exterminá-lo de uma vez!

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