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“É um ato de indisciplina”, diz Gouveia e Melo sobre vacinação indevida no Porto

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Manuel de Almeida / Lusa

O vice-almirante Henrique Gouveia e Melo, coordenador do plano de vacinação contra a covid-19

A decisão do centro de vacinação do Cerco, no Porto, de vacinar pessoas fora da atual ordem de prioridades, durante dois dias, é uma “desobediência”, com o vice-almirante Gouveia e Melo a pedir que se tirem consequências, apontando para “um ato de indisciplina”. A diretora responsável foi entretanto suspensa.

“Nunca tive um caso desta dimensão, é a primeira vez. Isto, para todos os efeitos, consagra uma desobediência clara ao plano: alguém com responsabilidade que resolve, fora do plano, inovar e vacinar pessoas que não estão neste momento elegíveis para vacinação”, disse esta sexta-feira o responsável da ‘task force’ da vacinação, numa visita ao centro de vacinação de Porto Santo, na Madeira, citado pelo Jornal de Notícias.

“Mal soubemos do caso, tentámos recolher dados e recolhemos. Em duas/três horas, e mal tivemos o mínimo de dados, fizemos uma participação ao nosso contacto com a Polícia Judiciária e uma participação à Inspeção Geral da Saúde para fazer uma investigação”, afirmou o vice-almirante.

Gouveia e Melo revelou que falou com o presidente da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS) “para que isto deixasse de acontecer e se tirassem todas as consequências deste ato que, para todos os efeitos, é um ato de indisciplina”. A ARS Norte confirmou a abertura de inquérito ao centro de vacinação, sob alçada do Agrupamento de Centros de Saúde Porto Oriental, cuja diretora é Dulce Pinto.

“Eu não posso demitir as pessoas, como é evidente. Pedi foi à estrutura para tirar rapidamente as consequências que têm que ser tiradas, porque tem que haver disciplina. Eu sou militar, num plano desta complexidade, com esta urgência e sendo massivo tem que haver disciplina. Isso vai ter que acontecer de uma forma ou de outra”, frisou.

“Pedi à estrutura que retire as consequências que é preciso retirar. Tem de haver disciplina”, acrescentou o vice-almirante Gouveia e Melo.

Em causa estão casos de vacinação de pessoas com mais de 18 anos, inoculadas após um alerta do presidente da Junta de Freguesia de Campanha, Ernesto Santos.

“Terça-feira fui contactado pela diretora do ACES Porto Oriental (…) que me pediu colaboração” para “publicitar a vacinação aberta. Perguntei-lhe se era livre, para a toda a gente, e disse-me que sim, que era necessário começar a vacinar as camadas mais jovens. Coisa que me agrada bastante porque temos situações em que são os jovens os grandes transmissores de covid. Como sempre colaboramos com o ACES Porto Oriental. Se houve erro ou não, não sou eu que tenho que julgar essas situações”, explicou o autarca.

Contactada pelo Jornal de Notícias, fonte oficial da coordenação do processo de vacinação confirmou a participação à IGAS e à Polícia Judiciária e que esta situação “indicia a prática de atos contrários nas normas e instruções em vigor”.

Diretora suspensa

Entretanto, segundo avançou a SIC Notícias, Dulce Pinto foi suspensa, confirmação feita aos jornalistas por Gouveia e Melo, em declarações em Porto Santo.

O vice-almirante indicou que a estimativa “é começar a vacinar pessoas com 20 anos a 04 de julho. Quando digo 20 anos é dos 18 até aos 30 anos. Dentro de 15 dias temos todas as faixas etárias em processo de vacinação”.

O responsável admitiu a possibilidade de alargar horários dos centros de vacinação para ter até 140 mil vacinas por dia dadas em Portugal. Neste momento, o ritmo de vacinação está acima das 100.000 vacinas por dia.

Taísa Pagno //

1 Comment

  1. Ainda não chegamos a ditadura Socialista oh almirante. As pessoas ainda tem o direito de escolha, cham-se liberdade e não precisamos de milhares de pacotilha para insultar quem não faz o que ele quer..

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