Atleta cai inanimado (e os outros nem se preocuparam)

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Michael Buholzer/EPA

Enrique Llopis no chão, Jason Joseph a celebrar

Última prova dos Europeus de pista coberta assustou o público – mas em pista as reacções foram outras.

Os Europeus de atletismo de pista coberta terminaram na noite passada. Domingo, o último dia, foi dia sem medalhas para Portugal.

As duas medalhas de ouro – Pichardo e Dongmo – e o bronze de Mamona colocaram Portugal no sexto lugar final da tabela de medalhas, liderada pela Noruega (quatro de ouro e uma de prata). Mas foram os Países Baixos a terminar com mais medalhas: sete.

A Suíça terminou o evento com a mesma contabilidade de Portugal: três medalhas, duas delas de ouro e uma de bronze.

Os suíços igualaram os números lusos mesmo na última prova dos Europeus, os 60 metros barreiras masculinos.

Jason Joseph cumpriu a distância em 7,41 segundos, a melhor marca europeia do ano. O polaco Jakub Szymański ficou no segundo lugar e o francês Just Kwaou-Mathey no terceiro.

Mas, quando a prova acabou, reinou o silêncio e a preocupação nas bancadas de Istambul: estava um atleta no chão, inanimado.

O susto foi criado por Enrique Llopis. O espanhol – que chegou à Turquia com a segunda melhor marca do ano – tocou na penúltima barreira e tropeçou após novo choque com a última barreira. Caiu de forma violenta, com a cara a bater no chão.

Um juiz dos campeonatos rapidamente se apercebeu da situação e pediu logo ajuda médica. Foram minutos de tensão, à volta do atleta de Espanha, que ficou tapado por mantas ao seu redor, para não ser filmado ou fotografado o que estava a acontecer ali.

Duas horas depois, e já no hospital, foi publicado um vídeo que tranquilizou os adeptos:

O facto inesperado aqui é que, para os outros atletas finalistas, parecia que estava tudo bem.

Ninguém pareceu preocupado, ninguém mostrou um gesto de atenção ou solidariedade.

Aliás, o campeão europeu Jason Joseph até começou a festejar o seu título a poucos metros do local onde estava Enrique Llopis, deitado. Aparentemente indiferente à situação do colega de profissão.

Os outros limitaram-se a olhar para o ecrã gigante para ver os resultados. E quem teve razões para celebrar, celebrou. Normalmente.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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