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Ser ativista ambiental é mais perigoso em alguns países do que noutros

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EA / Pexels

Colômbia

Nos países desenvolvidos, são vários os ambientalistas a pedir ação em caso de emergência planetária. Mas quando os ambientalistas são corajosos o suficiente para se fazerem ouvir em lugares como Barrancabermeja, na Colômbia, protestam normalmente contra problemas locais. 

A falta de saneamento, a água contaminada e a desflorestação são três dos problemas que degradam o ambiente local, representando também uma ameaça direta à saúde humana.

Barrancabermeja, na Colômbia, alberga a maior refinaria de petróleo da Colômbia.A refinaria opera há cerca de 100 anos e, durante esse período de tempo, as indústrias locais poluíram os cursos de água natural com metais pesados, que foram absorvidos pelo solo e pela vegetação com que o gado se alimenta.

A água potável não chega a todas as áreas de Barrancabermeja, fazendo com que alguns lugares não tenham água corrente, uma situação que já motivou vários protestos ambientais.

A poluição e o acesso a água potável são dois dos principais problemas da cidade, que motivam greves e protestos. Mesmo durante o pior conflito colombiano, entre os anos 1980 e o início dos anos 2000, a população de Barrancabermeja foi suficientemente corajosa para protestar pelo direito à água potável. E ainda hoje o fazem.

Segundo o The Conversation, no coração da indústria pesada da Colômbia, o ambientalismo tem raízes antigas e passou por duras décadas de violência e intimidação. A população colombiana mantém a preocupação com o ambiente há muitos anos, mas sempre sob pressão.

Os protestos ambientais em países em desenvolvimento da Ásia, América Latina, África ou Caraíbas podem ser perigosos. Estas regiões são, coletivamente, conhecidas como Global South.

Dos 20 países com mais assassinatos de ativistas ambientais em 2018, 19 são considerados parte do Global South. A única exceção é a Ucrânia, que ocupa a 10ª posição com três mortes. As Filipinas registaram mais assassinatos do que qualquer outro país, com 30 mortos no ano passado, seguida da Colômbia, com 24 mortes.

Em Barrancabermeja, os líderes ambientais são caluniados, intimidados e ameaçados. Muitos viram-se obrigados a abandonar as suas casas e procurar asilo político no exterior.

O movimento ambiental ganhou o apoio de milhões de pessoas em 2019. No entanto, manter a solidariedade para com as pessoas menos afortunadas dos países em vias de desenvolvimento e exigir uma ação coordenada e global é essencial.

A comunicação social assume um papel importante nesta missão, mas é importante que as experiências das pessoas que protestam em locais como Barrancabermeja sejam ouvidas, defende Fatima Garcia Elena, professora na Faculdade de Ciências Sociais, Nottingham Trent University, no Reino Unido.

É inegável a existência de diferenças nas lutas ambientais em todo o mundo. Aumentar a consciencialização sobre o aumento da temperatura é importante, dado que a crise climática é um problema global. No entanto, os riscos não são distribuídos de maneira uniforme e os efeitos são mais localizados e prementes apenas para alguns.

ZAP //

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