Ataque russo a civis em Zaporijia faz pelo menos 23 mortos e 28 feridos

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Pravda Gerashchenko / Telegram

Uma caravana humanitária com carros que transportavam civis ucranianos foi bombardeada por mísseis russos, perto de Zaporijia, na manhã desta sexta-feira.

Pelo menos 23 pessoas morreram e outras 28 ficaram feridas, avança o governador da região, Oleksandr Starukh, através do Telegram.

O governador publicou ainda imagens de veículos queimados e corpos caídos na estrada. “O inimigo lançou um ataque contra uma caravana humanitária civil e nos arredores da cidade. As pessoas faziam fila para partir para o território ocupado para buscar os seus familiares e oferecer ajuda. Há mortos e feridos. Os serviços de emergência estão no local”, escreveu Starukh.

Os carros que foram atingidos num ataque aéreo em Zaporijia estavam parados junto a um mercado que vendia partes de automóveis, detalha o conselheiro para a presidência ucraniana Kyrylo Tymoshenko.

No total, 16 mísseis terão sido lançados com um sistema de mísseis terra-ar russo S-300, com quatro deles a atingirem a caravana humanitária, explicou Tymoshenko, citado pelo jornal britânico The Guardian.

À agência Reuters, uma mulher disse que ela e o seu marido estavam a visitar os seus filhos em Zaporijia quando aconteceu o bombardeamento. “Estávamos a voltar para a minha mãe, que tem 90 anos. Fomos poupados. É um milagre”, disse Nataliya.

As autoridades russas já negaram que o incidente foi causado por munições russas, culpando as forças ucranianas pelo ataque. A agência russa RIA cita Volodymyr Rogov, um dos líderes pró-russos em Zaporijia, dizendo: “Militantes ucranianos atingiram uma caravana humanitária com dezenas de carros civis em fila”.

O ataque ocorre no dia em que Vladimir Putin reconheceu a independência das regiões ucranianas de Kherson e Zaporijia, no sul da Ucrânia, um passo antes da anexação destes territórios pela Rússia.

Em comunicado, o Kremlin indicou que Putin assinou o decreto com base nos recentes referendos em que a maioria dos eleitores apoiou a separação da Ucrânia e a adesão à Federação Russa.

Para reconhecer a independência de Kherson e Zaporijia, o Presidente russo defende o direito de autodeterminação dos povos e os estatutos das Nações Unidas.

Estas consultas separatistas, realizadas entre 23 e 27 de setembro, foram condenadas por Kiev e pelo Ocidente, que consideram os referendos “farsas” democráticas.

Na próxima semana, ambas as câmaras do Parlamento russo aprovarão esta adesão, após a qual Putin a promulgará, como aconteceu em 2014 com a anexação da península da Crimeia.

Na Crimeia, um referendo considerado ilegal pelo Ocidente também foi organizado há oito anos, após o qual a sua independência foi proclamada e depois o território anexado pela Rússia.

A Ucrânia garante que tanto os referendos quanto a anexação são ilegais, enquanto o Ocidente também anunciou que adotará novas sanções contra o Kremlin.

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, alertou esta quinta-feira a Rússia que a anexação de territórios ucranianos “não terá valor jurídico e merece ser condenada”, frisando que “não pode ser conciliada com o quadro jurídico internacional”.

Já a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, garantiu que a União Europeia (UE) vai continuar a apoiar “política, económica e militarmente” a Ucrânia na “guerra atroz” de Vladimir Putin, que procura “inverter o rumo da história” no caminho da democracia.

A Comissão Europeia propôs na quarta-feira um oitavo pacote de sanções à Rússia, face à “nova escalada” do Kremlin na sua agressão à Ucrânia, com a realização de “referendos fraudulentos”, mobilização parcial e a ameaça de recurso a armas nucleares.

O Presidente norte-americano, Joe Biden, garantiu esta quinta-feira que os Estados Unidos nunca reconhecerão os resultados dos referendos “orquestrados pela Rússia” na Ucrânia e acusou o homólogo russo Vladimir Putin de “violação flagrante” da Carta das Nações Unidas.

Daniel Costa, ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Mais uma mentira ucraniana que os media ocidentais difundem como verdadeira. O ataque foi feito com um míssil S-300, um tipo de míssil que os russos já não usam mas que a Ucrânia ainda tem do tempo da União Soviética. De resto, o ataque foi feito a civis que se dirigiam para o LADO RUSSO, não faz qualquer sentido a acusação aos russos!

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