Ataque hacker do EI à TV5 “sem precedentes na história da televisão”

TV5 Monde / Facebook

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A televisão francesa TV5Monde, alvo de um ataque informático esta quarta-feira, reivindicado por jihadistas alegadamente pertencentes ao movimento extremista muçulmano Estado Islâmico (EI), só conseguiu transmitir esta manhã programas gravados.

Os piratas, que exibiram reivindicações do ataque nas redes sociais do canal, publicaram também documentos na página da TV5Monde no Facebook, alegando tratar-se de dados pessoais de familiares de soldados que participam nas operações contra o grupo.

Soldados da França, fiquem longe do Estado Islâmico! Vocês têm a oportunidade de salvar as vossas famílias, aproveitem” – dizia uma mensagem publicada no Facebook.

O ataque informático ocorreu por volta das 22h (21h em Lisboa).

O TV5 Monde, com sede em Paris e criado em 1984, chega a mais de 257 milhões de lares em mais de 200 países, pelo que figura como a segunda maior rede televisiva, a seguir à norte-americana MTV.

O ataque informático contra a TV5Monde é “totalmente sem precedentes na história da televisão”, declarou hoje à agência de notícias AFP Yves Bigot, diretor-geral do canal internacional francês.

“É totalmente sem precedentes para nós e sem precedentes na história da televisão”, explicou o responsável da TV5Monde, acrescentando que este ataque ocorreu “através da Internet”.

O Governo francês anunciou esta quinta-feira que foi aberta uma investigação judicial sobre o ataque informático sofrido, na noite de quarta-feira, pelo canal internacional francês TV5Monde, avançando que serão reforçados os meios técnicos e humanos destinados à luta contra o ciberjihadismo.

O diretor-geral da cadeia de televisão afirmou hoje que não se encontram ainda em condições de restabelecer a transmissão em direto, estando a ser transmitidos programas previamente gravados.

O primeiro-ministro francês, Manuel Valls, considerou hoje, através da rede social Twitter, que este ataque é uma “afronta inaceitável contra a liberdade de informação e de expressão”, manifestando o seu “total apoio à redação”.

O apoio governamental concretizou-se também numa visita à sede de Paris da televisão dos ministros dos Negócios Estrangeiros, Laurent Fabius, do Interior, Bernard Cazeneuve, e da Cultura, Fleur Pellerin.

Cazeneuve referiu que irão reforçar os meios judiciais, técnicos e legislativos para prevenir este tipo de ataque, referindo ainda que a investigação judicial em marcha terminará “rapidamente” para identificar os seus autores.

A ministra da Cultura anunciou que, hoje ou na sexta-feira, irá reunir-se com os dirigentes dos grandes meios de comunicação do país para analisar os pontos mais frágeis e os riscos existentes e a maneira de abordá-los.

“A prioridade dever ser a ciberdefesa e a cibersegurança”, acrescentou Fabius, sublinhando que o executivo deve não só “estar à altura do desafio”, assim como adiantar-se às estratégias destes grupos terroristas.

/Lusa

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