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AstraZeneca é 80% eficaz acima dos 65 anos. Novo estudo reforça segurança da vacina

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Luong Thai Linh / EPA

Um novo ensaio clínico realizado nos EUA confirma a segurança da vacina da AstraZeneca e reforça o seu potencial de eficácia, concluindo que previne 80% dos casos de doença por covid-19 em pessoas com mais de 65 anos. Além disso, é 100% eficaz contra sintomas graves.

Estas conclusões foram divulgadas, nesta segunda-feira, pela AstraZeneca, após um ensaio clínico feito com dados relativos a EUA, Perú e Chile.

O ensaio clínico envolveu 32.449 pessoas de todos os grupos etários e foi realizado numa parceria entre as Universidades americanas de Columbia e de Rochester, em colaboração com a AstraZeneca.

A vacina revelou 80% de eficácia na prevenção de casos de doença em pessoas com mais de 65 anos, um dado que não tinha sido marcante em testes anteriores, uma vez que, então, esta população não estava devidamente representada.

“Cerca de um quinto dos voluntários neste ensaio tinha mais de 65 anos” e a vacina, administrada em duas doses, com 4 semanas de intervalo, revelou ser tão eficaz nestas pessoas como nos mais jovens, aponta a BBC, citando o comunicado da AstraZeneca.

Além disso, o ensaio clínico concluiu que a vacina é 79% eficaz contra o coronavírus, considerando todos os grupos etários, e que não apresenta riscos de coágulos sanguíneos.

Também oferece 100% de protecção contra casos graves e hospitalizações, de acordo com o mesmo estudo.

Nenhum dos voluntários que recebeu a vacina desenvolveu sintomas graves da doença ou teve de ser hospitalizado, de acordo com a AstraZeneca.

E entre as 32.449 pessoas vacinadas, apenas surgiram 141 casos de sintomas de covid-19.

“O maior” ensaio clínico já efectuado

Este foi “o maior” ensaio clínico já realizado com a vacina, segundo o The New York Times (NYT) que destaca ainda que os valores de eficácia agora detectados são superiores aos dos primeiros testes realizados na Universidade de Oxford, na fase inicial de aprovação.

No ensaio clínico, participaram 79% de pessoas brancas/caucasianas, 8% de pessoas negras/afro-americanas, 4% de nativos americanos e 4% de asiáticos, sendo que 22% dos participantes eram hispânicos.

E 20% dos participantes tinham 65 anos ou mais anos, sendo que 60% deles tinha comorbilidades associadas a um maior risco de desenvolvimento da forma mais grave de covid-19, como diabetes, obesidade e doenças cardíacas.

“Esta vacina salvará vidas”

Estes resultados são grandes notícias, uma vez que mostram a eficácia notável da vacina numa nova população e são consistentes com os resultados dos testes realizados em Oxford”, constata o professor de imunidade Andrew Pollard, investigador principal do primeiro teste que foi feito na Universidade de Oxford, em declarações divulgadas pela BBC.

“Podemos esperar um forte impacto contra a covid-19 em todas as idades e para pessoas de diferentes origens pelo uso alargado da vacina”, salienta ainda Pollard.

Já a professora Sarah Gilbert, co-designer da vacina, salienta que “é muito importante que tenhamos a oportunidade de proteger as pessoas o mais rápido possível”. “Esta vacina salvará vidas“, diz também na BBC.

A vacina da AstraZeneca foi suspensa em vários países, incluindo Portugal, depois de terem sido reportados casos de coágulos sanguíneos em pessoas inoculadas com ela.

Mas a Agência Europeia do Medicamento (EMA) já veio reforçar que a vacina é segura, depois de ter feitos novas análises aos dados. E Portugal, bem como outros países, retomaram o processo de vacinação com a AstraAzeneca.

Contudo, alguns países mantêm a vacinação suspensa. Na Noruega, as autoridades estão a investigar a morte de duas pessoas depois de terem sido vacinadas com a fórmula da AstraZeneca. O país foi abalado por outras mortes nos últimos dias também associadas à vacina.

Nos EUA, a vacina da AstraZeneca ainda não foi autorizada, mas o país pode nem precisar dela, uma vez que deverá conseguir, antes do aval da Agência do Medicamento, as doses de que precisa para toda a população, avança o NYT.

Susana Valente, ZAP //

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3 Comments

  1. Isto cheira mesmo a um esforço na tentativa de promover esta vacina! É muito estranho, todas estas manobras quando existem no mercado outras vacinas de outros quadrantes geográficos, mas que teimam em não ser aceites na Europa, pior ainda quando as que são aceites e que têm contratos com a UE parecem estes não estar a ser devidamente cumpridos.

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