Uma equipa de cientistas descobriu que as crianças e jovens de todo o mundo aumentaram o consumo de bebidas açucaradas em 23% nas últimas três décadas.
As bebidas açucaradas são definidas como qualquer bebida com adição de açúcar onde se incluem as bebidas caseiras, os refrigerantes, as bebidas energéticas, as bebidas de fruta e o ponche.
Destas foram excluídas os sumos de fruta e vegetais puros, o leite adoçado e as bebidas adoçadas artificialmente.
Segundo a Cosmos, de 1990 a 2018, as crianças e adolescentes com idades compreendidas entre os 3 e 19 anos aumentaram o consumo de bebidas açucaradas de 2,9 porções para 3,6 porções por semana.
Num novo estudo, publicado a semana passada no The BMJ, os investigadores analisaram dados da Global Dietary Database, que reúne dados de inquéritos alimentares efetuados em 185 países.
Os investigadores observaram que as quantidades totais de bebidas açucaradas variam de região para região. No sul da Ásia, em 2018, as crianças bebiam 1,3 porções de bebidas açucaradas por semana, enquanto na América Latina e nas Caraíbas, bebiam 9,1 porções.
O maior aumento registou-se na África Subsariana, onde as crianças passaram de 1,6 para 2,9 destas bebidas por semana.
“Os consumos e as tendências a que assistimos representam uma ameaça significativa para a saúde pública, que podemos e devemos abordar para o futuro de uma população mais saudável”, realça a primeira autora do estudo, Laura Lara-Castor.
Os países com rendimentos mais elevados registaram uma diminuição do consumo de bebidas açucaradas de 2005 a 2018, facto que pode ser explicado pela constante atenção científica e de saúde pública.
“Este estudo destaca a necessidade de educação direcionada e intervenções políticas para mudar o comportamento desde o início e prevenir os resultados adversos associados à ingestão de bebidas açucaradas na infância”, conclui a investigadora.
Por fim, a equipa espera conseguir novas abordagens de modo a reduzir o consumo destas bebidas por parte dos jovens de todo o mundo, especialmente nos países onde existe menos controlo de saúde.