A extração dos minerais necessários para as turbinas eólicas e outras tecnologias de energia limpa tem um custo ambiental elevado, mas alguns tipos de algas marinhas podem constituir uma fonte alternativa.
Algumas espécies de algas marinhas são conhecias por acumularem níveis elevados de certos minerais que existem em concentrações extremamente baixas na água do mar.
Conhecidos como elementos de terras raras, são ingredientes fundamentais para ímanes das turbinas eólicas e dos motores eletrónicos de todos os tipos.
Segundo o New Scientist, vários grupos de investigadores estão agora a explorar formas de recolher estes elementos de terras raras juntamente com as algas marinhas, uma ideia nova e ainda não testada no campo crescente da “biomineração“, mas que promete revolucionar o setor.
Um projeto no Alasca, liderado por Schery Umanzar, da Universidade do Alasca em Fairbanks, procura explorar os depósitos ricos em minerais como o lítio, níquel e elementos de terras raras (REEs) da montanha Bokan sem recorrer à mineração tradicional. Em vez disso, planeiam cultivar macroalgas que possam absorve esses minerais das águas circundantes.
A ideia é que o escoamento das chuvas na região, carregando minerais das rochas para as águas costeiras, possa ser aproveitado pelas algas marinhas, que armazenariam os REEs em concentrações suficientes para extração viável.
Se bem sucedido, este método poderia criar densas explorações de algas marinhas, reduzindo a necessidade de mineração convencional e os seus impactos associados.
A biomineração com algas marinhas não só oferece uma alternativa mais ecológica, mas também contribui para a segurança de abastecimento de minerais críticos, reduzindo a dependência de países que dominam a extração e a refinação desses minerais, como a China.
A Agência Internacional de Energia prevê que a procura por REEs quase dobrará até 2040, especialmente devido às tecnologias limpas, tornando imperativo encontrar novas fontes sustentáveis.
Além dos REEs, a biomineração com algas marinhas pode ajudar na recuperação de materiais valiosos de resíduos mineiros, contribuindo para a limpeza ambiental.
Algas hiperacumuladoras podem remover poluentes e dióxido de carbono da água, beneficiando o ecossistema marinho.
As empresas estão a explorar o uso da biomassa residual das algas para produzir fertilizantes, biocomustíveis e até alimentos, como substitutos de bacon.
Embora muitos desafios ainda precisem de ser superados, a biomineração com algas marinhas representa uma fronteira promissora na procura de métodos de extração de minerais mais sustentáveis e amigos do ambiente.
Se bem sucedida, esta técnica poderá complementar a mineração tradicional, aliviando a pressão sobre os ecossistemas terrestres e oferecendo uma nova esperança para um futuro mais verde e sustentável.