Poderão as algas marinhas contribuir para um futuro mais sustentável, através da mineração? Os EUA desconfiam que sim.
As algas marinhas, conhecidas por seu papel ecológico crucial, estão a ser vistas como potenciais fontes de minerais preciosos.
Como destaca a Popular Science, a Agência de Projetos de Investigação Avançada em Energia (ARPA-E), um braço do Departamento de Energia dos EUA, destinou 5 milhões de dólares a três projetos que exploram essa possibilidade, focando em minerais como platina, ródio e elementos de terras raras, essenciais para tecnologia e transição para energias verdes.
Sabe-se já que as algas marinhas, ao crescerem, absorvem minerais da água, capturando-os nas suas paredes celulares – mas não se sabe muito bem como? e onde?.
Este processo natural de filtragem sugere um método menos invasivo de mineração, comparado às técnicas convencionais ou à exploração de águas profundas. Além disso, a extração de algas é uma alternativa mais sustentável.
Como explica Scott Edmundson, do Laboratório Nacional do Noroeste do Pacífico (PNNL) do Departamento de Energia dos EUA, citado pela Popular Science, as algas parecem possuir mecanismos únicos para retirar os minerais da água do mar e concentrá-los nos seus tecidos.
Vários desafios
É fundamental, nesta fase, descobrir: as bases por detrás do mecanismo que faz as algas absorverem os minerais; se o podem fazer em concentrações suficientemente elevadas para serem úteis; e, por fim, se os elementos podem ser extraídos de uma forma financeiramente viável.
Além disso, é essencial encontrar o local ideal para cultivar as algas. Esse processo é essencial para captar elementos de terras raras, que, apesar do nome, são abundantemente dispersos nos oceanos, mas “não se dão” em qualquer sítio.
Susete Pintéus, bióloga marinha do Instituto Politécnico de Leiria, coautora de um artigo de revisão sobre o papel das algas marinhas na transição energética verde, mencionada no artigo, admite que as algas podem contribuir para a redução da mineração convencional.
No entanto, a especialista adverte a procura por esses metais é demasiado grande para que as algas sejam a solução: “[As algas] podem contribuir, mas não vão resolver o problema sozinhas”, alerta.