A árvore genealógica mais antiga do mundo foi reconstruída

(dr) Newscastle University

A árvore genealógica mais antiga do mundo foi reconstruída através da análise de ADN retirado de um túmulo da Idade da Pedra localizado na Grã-Bretanha.

De acordo com a cadeia televisiva CNN, os cientistas extraíram ADN de ossos e de dentes de 35 pessoas enterradas sob um monte de pedras em Hazleton North, Inglaterra.

A equipa descobriu que 27 destas pessoas eram parentes biológicos próximos e que vinham de cinco gerações de uma família extensa.

O grupo viveu por volta de 3700-3600 A.C., há aproximadamente 5700 anos. A maioria das pessoas enterradas neste túmulo da Idade da Pedra descendia de quatro mulheres que tiveram filhos com o mesmo homem.

Segundo os investigadores, o estudo, publicado a 22 de dezembro na revista científica Nature, é muito importante porque dá mais detalhes sobre como as famílias pré-históricas eram estruturadas e sobre as práticas de enterro durante o Neolítico.

“A excelente preservação do ADN no túmulo e o uso das tecnologias mais recentes na recuperação e análise de ADN antigo permitiu-nos descobrir a árvore genealógica mais antiga já reconstruída e analisá-la para entender melhor a estrutura social destes grupos antigos”, declarou, em comunicado, Iñigo Olalde, geneticista da Universidade do País Basco e um dos autores da pesquisa.

Ainda segundo a CNN, a equipa descobriu que estas pessoas foram enterradas nas duas áreas compartimentadas em forma de L do túmulo. Os homens geralmente foram enterrados com o seu pai e irmãos, sugerindo que a descendência era patrilinear, uma vez que as gerações seguintes ali enterradas estavam conectadas às gerações anteriores inteiramente por parentes do sexo masculino.

Duas das filhas que morreram durante a infância também foram enterradas no túmulo, mas os cientistas encontraram uma total ausência de filhas já na idade adulta, sugerindo que os seus restos mortais ou foram colocados nos túmulos dos homens com quem tiveram filhos ou enterrados noutro lugar.

De acordo com o estudo, o direito de usar o túmulo seguia linhas patrilineares, mas a escolha entre se as pessoas eram enterradas na área com câmaras a norte ou a sul dependia das mulheres da primeira geração das quais descendiam.

“Isto mostra que a descendência era importante. Quando estavam a construir estes túmulos e a decidir quem incluir neles, certamente neste caso, selecionaram pessoas que eram parentes próximos das pessoas que foram lá enterradas pela primeira vez. Tinham essa conexão íntima com os seus ancestrais, algo que se estendeu por várias gerações”, disse também Chris Fowler, da Universidade de Newcastle e um dos autores do estudo, citado pelo jornal The Guardian.

Segundo Fowler, o próximo passo será examinar outras sepulturas neolíticas para perceber se existe um padrão.

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