Há um par de anos, o jovem arquitecto Luke Clark Tyler vivia em Manhattan num pequeno apartamento com pouco mais de 9 m2. Recentemente, decidiu mudar — para um apartamento de 7 m2, que lhe serve também de escritório.
Luke vive agora em Hell’s Kitchen, no centro de Nova Iorque, num apartamento que mais parece uma caixa de sapatos, onde conseguiu encaixar um sofá, uma cama, uma secretária, um frigorífico, um micro-ondas… e todos os seus pertences.
O arquitecto guarda as roupas, louça, especiarias, alimentos e produtos de limpeza num “enorme” armário embutido. A secretária onde trabalha é o seu escritório, e está apoiada no frigorífico que o transforma numa cozinha.
“Quando o espaço é limitado, um centímetro a mais ou a menos faz a diferença”, diz Luke, ” e quando mais compacto o espaço, mais importantes se tornam as escolhas que fazemos – principalmente no que diz respeito à mobília”.
Luke partilha a casa de banho com outros 3 inquilinos no mesmo piso, que vivem em mini-estúdios semelhantes ao seu.
Como arquitecto freelancer, Luke tem tudo o que precisa para trabalhar em casa – um portátil e uma secretária – e é frequentemente contratado para desenhar fantásticos apartamentos com armários maiores que o seu apartamento de 7 m2.
O arquitecto admite que sente a falta de uma cozinha a sério, mas ser vegetariano ajuda-o a relativizar o problema.
“Alimento-me essencialmente de vegetais e nozes. E consigo cozer ovos no micro-ondas”, diz o arquitecto.
Ocasionalmente, Luke tem visitas. “Há dias tive dois primos cá em casa, eles ficaram na cama, eu puxei as almofadas do sofá para o lado e pronto… foi como sardinhas, mas sobrevivemos”.
Luke adora viver no coração de Nova Iorque, a um passo de tudo – o que lhe permite viver de facto na cidade, e estar em casa apenas para trabalhar e dormir.
“Só estou realmente aqui quando estou a trabalhar”, diz, “quando não estou a a trabalhar, estou lá fora, há mil e uma coisas interessantes para fazer em Manhattan“.
Para Luke, viver em tão poucos centímetros quadrados não é um sacrifício, e adora a renda que paga – “apenas” 800 dólares por mês pelo que chama a sua Mansão na Baixa de Manhattan.
“É muito menos do que me pedem por um quarto partilhado, nesta zona”, diz.
Apesar da vista, mais de 700 euros por mês parece um preço exorbitante para se viver numa caixa de sapatos – excepto se fizermos como a cidade, que nunca dorme.
AJB, ZAP