Um devastador ciclone tropical atingiu Vanuatu, ilha do Pacífico Sul, deixando um rasto de “destruição inacreditável”, temendo-se que haja dezenas de vítimas mortais, segundo relatos de organizações não-governamentais.
O ciclone tropical Pam atingiu o arquipélago de Vanuatu na escala máxima, 5, provocando “apagões” massivos, estando as comunicações cortadas em quase toda a região, pelo que, segundo os serviços de emergência, serão precisas várias horas até que se possa ter uma ideia clara da situação no arquipélago.
Trabalhadores da Cruz Vermelha da Austrália deram conta, através da rede social Twitter, da “inacreditável destruição” em Vanuatu, indicando que “as necessidades humanitárias são enormes”, dado que “muitas pessoas perderam as suas casas”.
Segundo relatos das organizações humanitárias, a capital Port Vila, onde vivem 40 mil pessoas, sofreu uma “total devastação”, tendo sido confirmadas pelo menos 6 vítimas mortais.
Segundo a cadeia australiana ABC, o arquipélago foi atingido por ventos de até 340 quilómetros/hora.
Alice Clements, porta-voz da UNICEF australiana, afirma que os danos “serão provavelmente muito elevados”.
“Parecia que o mundo estava a acabar, que uma bomba tinha explodido no centro da cidade”, contou Clements.
O porta-voz do Gabinete Nacional de Gestão de Desastres, Mishaen Lulu Garae, disse à Radio New Zeland que o ciclone destruiu casas, departamentos governamentais e diversas infraestruturas, incluindo parte do principal hospital, em Port Vila, onde vivem 40 mil pessoas.
Garae indicou que as comunicações com as províncias do norte continuam interditas, na sequência dos massivos apagões, pelo que se desconhece a situação exacta da região.
O responsável diz que as autoridades temem que o impacto do ciclone Pam tenha sido pior do que o do Uma, que fez 50 mortos no arquipélago em 1987.
A República de Vanuatu é uma nação-arquipélago situada no sul do Oceano Pacífico. O arquipélago, que é de origem vulcânica, tem cerca de 12 mil quilómetros quadrados e uma população de 267 mil habitantes.
Os europeus chegaram pela primeira vez ao arquipélago em 1605, numa expedição espanhola liderada pelo português Fernandes de Queirós.
ZAP / Lusa