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A guerra tem uma nova era: a dos drones armados

Novos mecanismos, como um «drone assassino», já foram utilizados em determinadas operações. Mais de 100 países têm drones.

Para trás ficaram o tempo dos arqueiros utilizados pelos ingleses, a época dos navios ou dos tanques que marcaram a II Guerra Mundial, ou dos aviões que apareceram muito na Guerra do Vietname. Agora chegaram os drones.

O assunto não surgiu agora mas a “nova era da guerra” é recordada na BBC, em dias que dezenas de países estão atentos à situação na fronteira entre Ucrânia e Rússia, onde pode haver conflito armado a qualquer altura – embora as autoridades russas neguem essa intenção.

Jonathan Marcus lembra que o drone já foi utilizado noutros conflitos, essencialmente nas disputas entre Estados Unidos da América e Afeganistão ou Iraque. E há dois anos o general iraniano Qasem Soleimani terá sido abatido através de um drone.

Os drones deixaram de ser uma forma de vigilância, de reconhecimento aéreo, para serem transformados em armas. Existem mesmo dispositivos que são conhecidos como «drone caçador-assassino».

O professor na Universidade de Exeter, no Reino Unido, indica que os países pioneiros na utilização dos drones em conflitos foram EUA e Israel.

Mas multiplicam-se os veículos aéreos não tripulados, nos últimos tempos. Em diversos países (já são mais de 100), como no mais “modesto” território da Etiópia. A China é o principal exportador de drones armados.

Chegou-se a pensar que o trânsito dos drones seria controlado por algum documento, ou por algum tratado. Mas mantêm-se os dilemas legais e morais à volta dos ataques protagonizados por esses veículos.

E há outra questão: com a divulgação e partilha de conhecimento actuais, e com a ajuda de umas centenas de euros, qualquer pessoa com conhecimento suficiente consegue construir um drone em casa – algo que já foi feito por terroristas. É uma forma mais barata de controlar a guerra nas alturas.

Centrando na questão Ucrânia-Rússia, já foram vistos (e abatidos) drones russos na zona Leste da Ucrânia. Esses drones estariam a tentar localizar centros militares ucranianos – para depois bloquear as suas comunicações.

E surge o aviso: a Rússia pode estar atrasada 10 anos em relação aos avanços tecnológicos dos EUA, mas pode estar à frente em termos de integração de drones nas suas unidades de combate.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

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