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Apresentada na Grã-Bretanha a maior aeronave do mundo

Hybrid Air Vehicles

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A maior aeronave do mundo, a revolucionária Airlander, foi apresentada esta sexta-feira na Grã-Bretanha por um dos seus mentores, o vocalista dos Iron Maiden, Bruce Dickinson.

A Airlander tem 92 metros de extensão, 18 mais do que os dois maiores aviões comerciais, o Airbus A380 e o Boeing 747-8, e mais 9 do que o avião de carga Antonov An-225, até agora a aeronave mais comprida já construída.

À primeira vista, é possível confundir a Airlander com um imenso dirigível, por causa do seu balão insuflado a gás e da cápsula imediatamente abaixo.

Mas a sua forma aerodinâmica única, que parece uma série de charutos colados uns aos outros, permite gerar sustentação, como a asa de um avião.

Isso é muito importante, porque permitiu aos seus designers fazerem uma máquina mais pesada do que o ar, o que elimina a necessidade de uma grande equipa para a manter no solo por meio de cordas quando ela pousa.

Na realidade, a aeronave pode ser pousada por controle remoto, sem qualquer pessoa a bordo, em terra ou na água.

A aeronave foi originalmente desenvolvida há alguns anos em segredo para o exército americano, para operações de vigilância – a Airlander pode ficar parada no mesmo local até 21 dias de cada vez e é capaz de voar mesmo com vários furos no balão.

Devido a cortes no orçamento do Departamento de Defesa americano, o projecto foi abandonado e os britânicos compraram de volta os seus direitos em 2012.

A aeronave  foi redesenhada e reconstruída nos maiores hangares do mundo, em Carlington, onde nos anos 1920 foi construído o dirigível R101,duas vezes maior que a Airlander, e na altura considerado o futuro da aviação. O R101 foi devorado por um incêndio em França em 1930, matando 48 das 54 pessoas a bordo.

Mas a tecnologia percorreu um longo caminho desde então. A Airlander é insuflada com hélio inerte em vez de hidrogénio explosivo – não apresenta risco de explosão ou incêndio – e pode transportar toneladas de suprimentos até qualquer área de desastre no mundo (incêndios, catástrofes naturais) sem fazer paragens.

Tudo o que é necessário é uma equipa de duas pessoas e um pedaço de terra – ou água – onde pousar.

A Airlander custa 60 milhões de libras, o equivalente a 72 milhões de euros.

A sua fabricante, a Hybrid Air Vehicles (HAV), recebeu 2,5 milhões de libras em financiamento do governo britânico para desenvolver a sua tecnologia e engenharia.

“Estamos a investir 2 mil milhões de libras na pesquisa e desenvolvimento de uma nova geração de aviões mais silenciosos, eficientes energeticamente e que tenham menor impacto no meio ambiente”, diz o secretário de negócios da Grã-Bretanha, Vince Cable.

“Isso inclui o apoio a projectos como esta inovadora aeronave de carbono da HAV, uma pequena empresa britânica que tem potencial para liderar esta área no mundo”, diz Cable.

campuspartycolombia / Flickr

Bruce Dickinson, ex-Iron Maiden, um dos fundadores da HAV

Bruce Dickinson, dos Iron Maiden, um dos fundadores da HAV

Duas voltas ao mundo sem parar

Tudo isso é uma óptima notícia para um dos maiores investidores no projecto, Bruce Dickinson.

Dickinson é o tipo de pessoa que não consegue parar de fazer coisas.

Como se ser vocalista de uma das bandas de rock mais duradouras e de maior sucesso do mundo, o grupo Iron Maiden, não fosse suficiente, Bruce Dickinson também é piloto de aviões e empresário.

“Este projecto muda as regras do jogo em relação ao que é possível colocar no ar”, diz Dickinson.

“Esta ideia sempre existiu. Só estávamos à espera de que a tecnologia chegasse ao ponto necessário para a concretizar.”

Dickinson quer comercializar a aeronave e se sairá muito bem nisso. Quando conversamos no hangar, ele falou de suas características.

O impacto ambiental da Airlander é 70% menor do que o de um avião de carga, diz Dickinson. Não requer uma pista de decolagem, pode ser pilotada por duas pessoas apenas, e carrega 50 toneladas de material para qualquer parte do mundo, 50 vezes mais do que um helicóptero.

Dickinson quer dar a conhecer a Airlander com o tipo de viagem que o magnata Richard Branson, da Virgin, faria: duas voltas ao redor do mundo sem paragem.

“Sobrevoaremos algumas das maiores cidades do mundo a apenas 20 metros de altura e mostraremos tudo pela internet”, diz Dickinson.

 

 

ZAP / BBC

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