Membros do Partido Conservador terão apostado – e acertado – na data da eleições antecipadas, quando ninguém sabia. Supostamente.
Há praticamente um mês, Rishi Sunak anunciou que vai haver eleições gerais no Reino Unido.
Mais do que o anúncio, o que surpreendeu foi a data: 4 de Julho. Esperava-se que o acto eleitoral só se realizasse no Outono, ou até no início de 2025.
Mas, aparentemente, havia pessoas que sabiam antecipadamente a data correcta – e apostaram que seria precisamente em Julho.
O escândalo rebentou na semana passada, quando surgiu a notícia de que um deputado do Partido Conservador, Craig Williams, que também é conselheiro de Rishi Sunak, está a ser investigado por apostar 100 libras (118 euros) que as eleições seriam em Julho. Uma aposta alegadamente feita apenas três dias antes do anúncio do primeiro-ministro.
Nesta semana, entre quarta e quinta-feira, juntaram-se Laura Sanders (conservadora e casada com o director de campanha do partido), o seu marido e um guarda-costas do primeiro-ministro.
Todos terão apostado e todos estão a ser investigados num aparente esquema de apostas sobre a data das eleições gerais.
As autoridades estão a averiguar se os apostadores aproveitaram uma informação privilegiada – o que é crime.
Rishi Sunak reagiu na BBC e disse que está “terrivelmente irritado” com esta situação.
E, se for confirmado que há elementos do Partido Conservador envolvidos, o primeiro ministro assegura que serão expulsos do partido.
“É um assunto muito sério. Está correcto que estejam a ser investigados pelas autoridades. A integridade do processo deve ser respeitada”, declarou Sunak.
É um caso que não ajuda os conservadores, que se arriscam a ter uma derrota histórica no dia 4 de Julho: aparecem em sondagem recente com menos 20 pontos percentuais do que o Partido Trabalhista.