Após rendição em Azovstal, Mariupol cai nas mãos dos russos

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(h) Mariupol City Council

Azovstal

Ao início da noite de ontem, a Rússia declarou vitória nos combates que duravam há meses na cidade costeira ucraniana, uma das mais importantes do ponto de vista estratégico.

Era o último reduto dos ucranianos em Mariupol, mas as manobras das últimas semanas, com a retirada de civis e militares feridos, deixavam antever um cenário mais que provável. Com a rendição, ordenada pelas figuras nacionais, dos últimos comandastes do complexo fabril Azovstal, a cidade portuária deixou de estar sob controlo ucraniano e é a primeira grande vitória de Vladimir Putin no terreno desde que invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro.

Devido à sua localização estratégica, Mariupol foi um dos territórios mais massacrados pelas forças russas, muitas posicionadas na Crimeia, de onde eram disparados poderosos mísseis russos. No entanto, a resistência que os invasores ofereceram foi significativa, com os serviços de inteligência de outros países a notarem que as batalhas que ali se travavam impediam que os russos alcançassem sucesso noutras zonas do país – agora, acredita-se que os soldados serão reposicionados no Donbass, foco de outra ofensiva russa.

“A firme resistência ucraniana obriga a que as forças russas sejam reequipadas e reorganizadas antes de serem eficazmente recolocadas. Este pode ser um processo longo se for feito devidamente”, avançaram os serviços secretos militares do Reino Unido. “Os comandantes russos, no entanto, estão sob pressão para alcançarem objetivos operacionais, o que significa que a Rússia vai provavelmente redistribuir as tropas rapidamente sem uma preparação adequada, arriscando ainda mais atritos.”

Muitos dos militares que se encontravam em Azovstal e que defenderam Mariupol pertencem ao batalhão Azov, grupo militar que teve origens na extrema-direita e que foi posteriormente integrado no exército ucraniano. Tal como nota o jornal Público, a sua existência tem sido usada com frequência para justificar a operação de “desnazificação” ordenada por Vladimir Putin à Ucrânia.

ZAP //

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