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Apoio a sócios-gerentes. Veto de Marcelo pode causar 150 mil despedimentos só na restauração

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Mário Cruz / Lusa

A Associação Nacional de Restaurantes (PRO.VAR) considerou esta terça-feira que o veto do Presidente da República ao apoio social extraordinário aos sócios-gerentes levará ao encerramento de “40.000 empresas e ao despedimento de 150.000 trabalhadores”.

Dias depois de ter denunciando que os apoios aprovados pelo Governo eram “muito insuficientes” para fazer face à conjuntura atual, o veto hoje publicado de Marcelo Rebelo de Sousa torna a situação “ainda mais difícil, prevendo-se o encerramento ainda mais acelerado”, refere a nota de imprensa enviada à Lusa.

“A associação garante que muito em breve iremos assistir ao encerramento, de pelo menos 40.000 empresas e ao despedimento de 150.000 trabalhadores“, acrescenta a PRO.VAR.

Para sustentar a afirmação, a associação disse basear-se em “vários inquéritos e na análise das 812 empresas que responderam, em simultâneo aos vários inquéritos” feitos “entre os dias 13 de abril e 19 de junho.

Das conclusões obtidas, a PRO.VAR destaca que “mais de 50% das empresas não tiveram acesso às linhas de crédito de apoio à tesouraria”, que as que reuniram “condições de acesso às linhas de crédito e que têm pedidos de crédito aprovados, ainda se encontram cerca de 40% a aguardar por essas verbas”.

“Metade (50,1%) dos espaços de restauração estão com quebras superiores a 80%”, “dois em cada três restaurantes têm quebras superiores a 70%” e “um em cada três espaços de restauração, têm quebras menores, mas mesmo assim, a maioria das quebras situam-se entre os 30% e os 60%”, são outros dos resultados do inquérito apurados.

PCP critica veto presidencial

O PCP considera “inaceitáveis os fundamentos” do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, para vetar a lei do alargamento do apoio aos sócios-gerentes das micro e pequenas empresas e vai propor que o parlamento confirme a lei.

Os comunistas são os primeiros a defender a confirmação da lei pelo parlamento como forma de ultrapassar o veto de Marcelo Rebelo de Sousa, esta terça-feira anunciado, depois de BE, CDS e PAN já terem dito que vão propor uma alteração ao Orçamento Suplementar, seguindo uma sugestão feita pelo próprio Presidente.

Num comunicado em vídeo, João Oliveira, líder parlamentar do PCP, afirmou que os comunistas discordam do veto e que vão propor que a Assembleia da República “confirme a lei com uma nova votação, relembrando que aquilo que está em causa é um apoio a quem faz descontos para a Segurança Social e que deve ter essa contribuição reconhecida”.

O PCP, afirmou, “considera inaceitáveis os fundamentos (…) e também a ideia de que o apoio [aos pequenos e médios empresários] só possa ser concretizado se o Governo estiver de acordo com essa alteração na discussão do orçamento suplementar”.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. Em compensação, os trabalhadores independentes, os microempresários e os empresários em nome individual poderão olhar para o relvado durante os jogos da final da liga dos campeões e dizer que pertence a um estádio de Portugal. Haverá coisa melhor?
    O presidente da república esteve ocupado com o que realmente é importante, e por isso apenas hoje vetou a lei, mas ainda há muitíssimo tempo para os partidos estudarem, prepararem, discutirem e planearem maneira de tentar a aprovação da lei na discussão de… amanhã.
    A este presidente não escapa nada 😉

  2. Como é que se arranjam verbas para injetar dinheiro no Novo Banco, e para quem trabalha, produz, cria postos de trabalho e contribui com seus impostos para a economia do país, não têm direito a apoio? Alguém saberá, em consciência explicar? Mas os portugueses são brandos e serenos, deem-lhes futebol e telenovelas e fica tudo bem! Que miséria de Governação! Tenham vergonha.

  3. Celito que tera levado a injeccao atras da orelha é o melhor amigo da familia. E pelo andar da carruagem faz outro mandato e depois troca com o amigo do peito (aquele com quem anda ao colo).
    Ja se viu este trocadalho do carilho na Russia com Vladimir Putin e Dmitri Medvedev.

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