Mais de 70% das pessoas que sofrem de apneia do sono apresentam sintomas de depressão. Por isso, em muitos casos, o transtorno psiquiátrico na verdade é provocado pelas interrupções constantes na respiração durante o sono.
A apneia do sono é um problema frequente, que tem sido associado ao aumento do risco de hipertensão, doenças cardíacas, AVC e diabetes tipo 2. O tratamento mais comum é o uso de uma máscara de pressão positiva, a CPAP, que mantém as vias aéreas desobstruídas durante a noite.
Num estudo cujos resultados foram publicados no Journal of Clinical Sleep Medicine, os investigadores da Universidade Western Australia avaliaram mais de 400 pacientes, dos quais 293 foram diagnosticados com apneia do sono. Desse total, 73% apresentavam sintomas de depressão, que eram mais intensos conforme a gravidade da apneia.
Os 228 participantes que aderiram ao uso da máscara de pressão positiva relataram uma redução significativa nos sintomas depressivos depois de três meses de tratamento. Além disso, 41 pacientes que apresentavam pensamentos suicidas deixaram de manifestar o sintoma depois desse período.
Assim, os cientistas sugerem que os pacientes que sofrem de depressão devem conversar com os seus médicos sobre eventuais alterações de sono, como ronco frequente e sonolência diurna. Além disso, aconselham que os psiquiatras considerem a possibilidade de pedir um exame de polissonografia.