O Príncipe William destoou da habitual neutralidade política da Família Real e pediu o fim do conflito armado em Gaza, lamentando o elevado número de mortes, numa declaração que está a causar controvérsia.
Já “muitos foram mortos” e é preciso “acabar com os combates o mais rápido possível”. Estas são as palavras polémicas do Príncipe William a propósito da guerra que Israel combate em Gaza contra o Hamas.
A Família Real britânica costuma abster-se de assumir posições políticas, sobretudo nas questões mais complicadas, como é o caso do conflito em Gaza. Mas o Príncipe de Gales não se inibiu de o fazer antes de uma visita à Cruz Vermelha britânica em Londres.
William, de 41 anos, lamentou o “custo humano terrível” do conflito desde o ataque terrorista do Hamas a 7 de Outubro de 2023. Morreram 1200 pessoas nesse ataque e 240 foram levadas como reféns pelo grupo armado.
A operação de retaliação israelita que se seguiu já vitimou mais de 29 mil pessoas no território palestiniano, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza que é controlado pelo Hamas.
O Príncipe de Gales notou ainda que “há uma necessidade desesperada de maior apoio humanitário a Gaza” e apelou à libertação dos reféns que se mantêm nas mãos do Hamas.
A statement from The Prince of Wales pic.twitter.com/LV2jMx75DC
— The Prince and Princess of Wales (@KensingtonRoyal) February 20, 2024
“A mais ousada declaração” do Príncipe William
As declarações do Príncipe de Gales são vistas pelo jornal The Guardian como “uma rara e ousada incursão real no complexo mundo da diplomacia internacional e na longa e dolorosa história de ambos os lados do conflito israelo-palestiniano”.
Já o Telegraph diz que foi “a maior e mais ousada declaração pública” do Príncipe William até à data.
Há quem acredite que se tratou apenas de um posicionamento “ingénuo” do Príncipe de Gales que tem assumido o papel do pai, o Rei Carlos III, em algumas iniciativas públicas, depois de este ter iniciado tratamento contra um cancro.
Mas o Telegraph assegura que William “avaliou as opções e decidiu que valia a pena correr o risco de falar abertamente ao ver crianças inocentes envolvidas no conflito”.
“Isto é uma coisa pessoal para ele”
Em 2018, o Príncipe Williams tornou-se no primeiro membro da Família Real britânica a visitar a Cisjordânia ocupada por Israel. Esteve num hospital e numa escola administrados pelas Nações Unidas e ficou com uma “impressão duradoura”, como apontou aos elementos da Cruz Vermelha com quem falou na visita desta semana em Londres.
“Isto é uma coisa pessoal para ele. Ele fala muito daquela viagem [em 2018] e do encontro com jovens dos dois lados”, conta ao Telegraph uma fonte próxima do Príncipe.
A mesma fonte salienta que o futuro Rei do Reino Unido está disposto a usar o seu mediatismo para “intervir em coisas em que realmente acredita”.
A correspondente real da Sky News Rhiannon Mills reforça essa ideia, notando que William não teme “arriscar a sua reputação” por acreditar que a sua intervenção “pode fazer a diferença pelos que sofrem dos dois lados”.
Mas este posicionamento determinado do Príncipe também é sinal da sua “crescente confiança na diplomacia internacional”, considera o Telegraph.
Agora, a grande questão é se foi um caso isolado, ou se William fará disto “um hábito” e se definirá desse modo o “seu legado” enquanto monarca, constata o jornal britânico.
Governo pode ter “encorajado” o Príncipe William
O Príncipe de Gales terá informado o Governo britânico previamente antes das suas declarações, segundo adianta a BBC.
Mas há especulações de que o Governo pode ter tido um papel mais activo no processo. Alguns comentadores acreditam que o ministro dos Negócios Estrangeiros, Lord Cameron, “pode ter iniciado a intervenção real”, como cita o The Guardian.
Numa altura em que crescem os apelos para um cessar-fogo em Gaza, o Governo britânico pode ter “encorajado” o Príncipe William a falar desta forma “para aumentar a pressão sobre Israel“, constata ainda o The Guardian.
Foi “longe demais”
Entretanto, os políticos da direita britânica já vieram apontar o dedo ao jovem monarca.
No Partido Conservador, Stewart Jackson fala de uma intervenção “inoportuna e mal avaliada”. Já o ex-líder do UKIP, Nigel Farage, diz que o Príncipe deu um “passo longe demais” e que se deveria limitar a “apresentar os Baftas”.
Mas o porta-voz do primeiro-ministro do Reino Unido ficou agradado com as palavras do Príncipe. “Queremos ver um fim nos combates em Gaza o mais depressa possível, por isso é consistente com a posição do Governo“, salienta citado pela imprensa britânica.
Em Israel, a abordagem é cautelosa, para já.
O porta-voz do Governo israelita, Eylon Levy, notou que os cidadãos de Israel também querem “ver um fim nos combates o mais depressa possível”, mas avisando que isso só “será possível logo que os 134 reféns sejam libertados e que o exército terrorista do Hamas que ameaça repetir as atrocidades de 7 de Outubro seja desmantelado“.
A próxima visita é a uma sinagoga
Durante a visita à Cruz Vermelha britânica, o Príncipe William foi informado de que sem receberem medicamentos e combustível, os hospitais de Gaza podem tornar-se “cemitérios”.
Além disso, a distribuição de ajuda humanitária está a ser muito difícil devido aos assaltos a camiões por parte de “multidões esfomeadas”.
O Príncipe William também planeia visitar uma sinagoga proximamente, para alertar para o anti-semitismo crescente.
Aquando dos ataques do Hamas em Outubro passado, o monarca e a mulher Kate Middleton estiveram entre as inúmeras figuras públicas que fizeram questão de condenar e lamentar os hediondos actos de terrorismo.
Quero ver se os judeus ficarão melindrados com tal declaração, pois atacam qualquer um que se pronuncie a respeito dos seus atos, ainda que estes sejam os menos ortodoxos e humanos.
Israel, com o ataque indiscriminado a Gaza, matando mulheres, crianças e civis, e tratando os Palestinos como não pessoas, está a perder todo o capital de simpatia que existia em relação aos Judeus por terem sido vítimas do Holocausto e do Hamas.
O país com a espionagem, guerra electrónica, informadores comprados ,do mundo, aquele que compra a carcaça dos aviões de guerra e depois “ tudo lá é colocado” de modo cirúrgico , deixar se “ invadir” e “ deixar” matar nacionais!! Uiii só quem não os conhece. Os tais que vêm dar formação do material de guerra que vendem e ao almoço levam o disco duro do computador!!
Às tantas “ fizeram “ como os seus amigos, deitaram as torres gémeas abaixo com os detonadores previamente colocados…Ai…adoro ver TV…