Seguro já soma o apoio de várias federações distritais e regionais socialistas, mas Carneiro só quer confirmar um apoio formal após as autárquicas.
A candidatura presidencial de António José Seguro está a ganhar força dentro do Partido Socialista, com o apoio explícito de 12 das 21 federações distritais e regionais contactadas pelo Expresso. Apenas seis optaram por adiar uma posição pública, e três mantiveram-se incontactáveis.
Entre os que ainda não assumiram posição estão figuras ligadas a Pedro Nuno Santos, como Nuno Araújo (líder do PS-Porto) e Francisco César (PS-Açores). Ambos sublinham que as eleições presidenciais não exigem disciplina de voto no partido, reforçando que a decisão será individual e baseada na liberdade de escolha de militantes e simpatizantes. Outros dirigentes, como Luís Testa (Portalegre), Hugo Oliveira (Aveiro), Luís Dias (Évora) e Brian Silva (Oeste), partilham desta posição de prudência, afirmando que as prioridades estão, por agora, nas autárquicas.
Já os apoiantes de Seguro acreditam que a sua entrada na corrida presidencial fecha o debate interno no PS sobre quem apoiar em Belém. Para Luís Graça, líder do PS-Algarve, “o tema está encerrado” e Seguro demonstrou capacidade para unir a esquerda e, numa segunda volta, até captar setores da direita social-democrata. Na mesma linha, André Pinotes Batista (Setúbal) defende que o PS não deve desperdiçar tempo nem alimentar “reflexões inconsequentes”, apelando a uma posição clara e rápida a favor de Seguro.
A pressão crescente para que o partido assuma oficialmente a candidatura de Seguro é reforçada por figuras históricas como Manuel Alegre, com o presidente honorário do PS pediu publicamente que a direção do partido não adie mais a sua posição.
No entanto, o atual candidato único à liderança do PS, José Luís Carneiro, mantém que a agenda presidencial deve ser tratada apenas após as eleições autárquicas, reafirmando que estas são a prioridade do partido no curto prazo.
Mais um para acabar com o que resta do PS.