António Vitorino foi eleito, esta sexta-feira, diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM) por aclamação, disse à Lusa fonte da organização das Nações Unidas.
António Vitorino, ex-ministro (1995-1997) e ex-comissário europeu (1999-2004), foi eleito diretor-geral da Organização Internacional das Migrações (OIM), cargo ocupado pelos EUA desde a criação da organização, em 1951, com uma única exceção, em 1960.
Os 169 Estados-membros da OIM elegeram o candidato português como novo diretor-geral da organização à quarta ronda, por aclamação. O político de 61 anos concorria ao cargo juntamente com o norte-americano Ken Isaacs e a costa-riquenha Laura Thompson, a atual vice-diretora-geral da organização.
A OIM foi integrada na estrutura multilateral da ONU a 25 de julho de 2016. Antes, a organização tinha recebido, em 1992, o estatuto de observador permanente na Assembleia-Geral da ONU e firmado um acordo de cooperação (1996).
A candidatura de Vitorino à liderança desta organização foi formalizada pelo Governo português em dezembro do ano passado. O primeiro-ministro, António Costa, já felicitou o antigo comissário europeu pela sua eleição.
“Portugal continua a assumir as suas responsabilidades na gestão global das migrações com a eleição de António Vitorino para diretor-geral da OIM, que felicito calorosamente”, escreveu o chefe do Governo no Twitter.
Numa nota divulgada no portal da Presidência, Marcelo Rebelo de Sousa anunciou que “falou com o doutor António Vitorino, que felicitou calorosamente” e também “o Governo, nomeadamente o primeiro-ministro e o ministro dos Negócios Estrangeiros, e a diplomacia portuguesa por mais este excelente resultado, que confirma e reforça o papel do nosso país na cena internacional”.
O Presidente da República considera que “a eleição do doutor António Vitorino tem uma grande importância para Portugal, numa área tão importante e sensível como a das migrações”.
Em comunicado, o Ministério dos Negócios Estrangeiros também referiu que “a candidatura de António Vitorino a este importante posto internacional demonstra a muito elevada relevância que Portugal atribui à temática e ao diálogo em matéria de migrações e à premente necessidade de serem encontradas soluções eficazes para os problemas migratórios no quadro internacional”.
Para o MNE, a eleição “traduz o justíssimo reconhecimento do indiscutível mérito e capacidades pessoais deste destacado cidadão e do seu notável percurso profissional, durante o qual estiveram sempre muito presentes os assuntos e processos relacionados com as migrações”, uma referência nomeadamente às funções de comissário da Justiça e Assuntos Internos da União Europeia.
“O Governo Português está plenamente seguro de que António Vitorino é a pessoa certa para conduzir a OIM neste difícil período e que a sua gestão valorizará a promoção da paz e da segurança, a tolerância, o respeito pelos direitos humanos e o desenvolvimento sustentável, que norteiam a política externa portuguesa”, lê-se no comunicado, que sublinha ainda que a organização está num “momento crucial da sua história”.
“É com enorme satisfação que recebo a notícia da eleição de António Vitorino para o cargo de diretor-geral da OIM, uma agência das Nações Unidas. António Vitorino é um dos melhores quadros políticos da sua geração“, escreveu, por sua vez, o presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, numa mensagem enviada à agência Lusa.
“Acompanhei de perto o papel notável que ele desempenhou na Comissão Europeia, justamente na área da Justiça e Assuntos Internos. Num tempo em que a agenda europeia e internacional é dominada pelo tema das migrações, é uma boa notícia para o mundo termos à frente da Organização Internacional das Migrações um homem com competência e com os valores certos: Os valores da democracia, dos direitos humanos e da solidariedade”, salienta ainda.
ZAP // Lusa
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