António Costa achou saída de Pedro Nuno desnecessária

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Patrícia de Melo Moreira / AFP

O primeiro-ministro António Costa com o ministro Pedro Nuno Santos

Pedro Nuno Santos foi contactado por várias figuras próximas que o tentaram convencer a não apresentar a demissão.

Após tomar conhecimento de que o Ministério das Infraestruturas foi informado pela TAP da indemnização paga a Alexandra Reis, António Costa não considerou que Pedro Nuno Santos teria motivos para se demitir. Aliás, o primeiro-ministro achava que a saída da secretário de Estado seria suficiente para encerrar a questão. No entanto, o seu ministro tinha uma opinião distinta, o que o levou a aceitar o pedido de demissão.

As visões dos dois socialistas, escreve o Observador, não poderia ter sido mais distinta, com Pedro Nuno Santos a não ver outra alternativa para o seu futuro que não fosse a saída do Governo. Esta situação é, por isso, muito distinta da crise que teve por base o novo aeroporto de Lisboa, quando as posições eram inversas.

Na altura, António Costa teve de ser, alegadamente, convencido a manter o que era apontado por muitos como um potencial sucessor. Já Pedro Nuno Santos entendia que não havia motivos para tal.

De acordo com a mesma fonte, durante o dia de ontem, Pedro Nuno Santos foi contactado por várias figuras próximas que o tentaram convencer a não apresentar a demissão, com o argumento de que este não conhecia os valores recebidos por Alexandra Reis no âmbito da sua saída da TAP. Carlos César, presidente do PS, foi um deles, pelo que o anúncio da sua demissão, ao início da noite, não deixou de surpreender.

Para a demissão terá contado o desgaste dos últimos meses, mas também o beliscar da sua autoridade política no seio do Governo, mas também do PS — vale a pena recordar que pouco tempo passou desde a polémica em torno da questão do aeroporto, mas também das revelações sobre a participação de Pedro Nuno Santos numa empresa do seu pai que teve negócios com o Estado.

A insistência de Marcelo Rebelo de Sousa no tema da indemnização de Alexandra Reis e na necessidade de serem dadas explicações — que abordou todos os dias desde que a notícia foi dada pelo Correio da Manhã, no sábado, — fez com que no seio do Governo se percebesse que este fim era inevitável, sobretudo depois do Presidente da República ter dado a entender, já depois da demissão de Alexandra Reis, que mais mais saídas poderiam ocorrer.

ZAP //

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