Vítor de Sousa, ex-vice presidente da Câmara de Braga no mandato de Mesquita Machado, foi detido por indícios de corrupção.
Uma operação da Unidade Nacional de Combate à Corrupção da Polícia Judiciária (PJ) de Braga deteve esta quinta-feira Vítor de Sousa e Cândida Serapicos, ex-administradores dos Transportes Urbanos de Braga (TUB), por suspeitas de terem recebido alegadas luvas de cerca de 500 mil euros pela compra de 13 autocarros à empresa alemã MAN, uma fabricante de autocarros pesados.
Os detidos serão apresentados em tribunal na sexta-feira.
O Observador apurou que foram detidas mais cinco pessoas, entre as quais outros ex-responsáveis ligados à autarquia. Já foram, entretanto, realizadas buscas às instalações dos TUB.
Vítor de Sousa foi vice-presidente da Câmara de Braga, quando o município era liderado pelo socialista Mesquita Machado, e foi também o candidato do PS nas últimas autárquicas. Cândida Serapicos também foi dirigente local do PS, vogal da administração dos TUB e adjunta de Mesquita Machado.
O suposto caso de corrupção está a ser investigado desde 2011, a partir de uma denúncia anónima ao Ministério Público, devido à compra de uma frota de 13 autocarros à MAN Braga, adquirida entre 2002 e 2007 por cerca de 1,7 milhões de euros.
Em julho de 2012, quando surgiram notícias sobre as suspeitas de corrupção neste processo, Vítor de Sousa e Cândida Serapicos alegaram, em comunicado, que se tratavam de “calúnias”. De acordo com notícias do Correio da Manhã publicadas na altura, Vítor Sousa é suspeito de ter recebido cerca de sete mil euros por cada um dos autocarros comprados pela TUB.
Além de refutarem as acusações, ambos manifestaram disponibilidade e “interesse” em prestar declarações ao Ministério Público.
A Polícia Judiciária irá prestar mais esclarecimentos ao longo desta sexta-feira sobre a operação que levou à detenção de Vítor de Sousa. De acordo com o Diário de Notícias, os factos aparentemente não estão relacionados com o processo de que foi alvo Mesquita Machado.
De acordo com o Observador, existe um inquérito do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Coimbra que apresenta muitas semelhanças com o caso de Braga.
Em abril de 2014, o processo levou mesmo a uma acusação por corrupção contra um ex-administrador delegado da empresa de transportes urbanos da Câmara de Coimbra e contra três quadros superiores da MAN.
De acordo com a acusação do DIAP de Coimbra, citada pelo Observador, o social-democrata Manuel Oliveira, ex-administrador da empresa municipal (que já se encontrava reformado na altura da acusação), terá recebido cerca de 20 mil euros de três altos quadros da MAN Portugal para autorizar um ajuste direto à fabricante.
ZAP